O presidente Lula, em reunião com governadores ontem, disse que o País não vai permitir que a democracia escape das mãos. Lula convocou a reunião após os ataques terroristas na Praça dos Três Poderes, no domingo (8), quando uma minoria radical de bolsonaristas depredou o Palácio do Planalto e os prédios do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Foram a Brasília 23 governadores. Os outros quatro estados enviaram representantes. Todos os discursos no encontro foram de defesa da democracia e repúdio aos ataques do domingo. Lula, ao encerrar a reunião, disse que a democracia é o único regime que pode possibilitar que todas as pessoas no Brasil possam fazer três refeições por dia. “Nós não vamos permitir que a democracia escape das nossas mãos, porque é a única chance de a gente garantir que esse povo humilde consiga comer três vezes ao dia, ou ter direito de trabalhar”, disse Lula. Ele também afirmou que as instituições vão investigar e vão chegar até os financiadores dos atos golpistas em Brasília. “Em nome de defender a democracia, não vamos ser autoritários com ninguém, mas não seremos mornos com ninguém. Vamos investigar e vamos chegar a quem financiou”, continuou.
NEGACIONISMO
O discurso de Lula teve um forte tom de críticas ao que ele chamou de negacionismo, principalmente o negacionismo eleitoral. “O que estamos fazendo aqui é tentar reparar um defeito de lá atrás, quando se começou a se negar tudo neste país”, disse Lula. O presidente citou que, após o resultado da eleição, uma parte dos apoiadores do ex-presidente“começou a reivindicar a negação da urna eletrônica, que já foi provado que é a coisa mais evoluída em termos eleitorais”. O presidente da República criticou também a atuação das forças policiais em Brasília. ”A polícia de Brasília negligenciou. É fácil a gente ver nas invasões os policiais conversando com os agressores. Havia uma conivência explícita da polícia. Até que tivemos uma atitude de fazer uma intervenção na polícia de Brasília.”
Após a reunião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os governadores dos estados brasileiros foram a pé à sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.