Após o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciar o reajuste de 14,94% no piso salarial dos professores, representantes dos trabalhadores da área informaram que vão se movimentar, agora, para dialogar com o governo do Estado e as prefeituras, visando à garantia do pagamento com novo valor o mais rápido possível. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal), Izael Ribeiro, classificou a confirmação do aumento pelo atual governo como uma conquista importante, fruto de uma luta nacional incansável. “A lei do piso nacional para o magistério da rede pública da educação foi o resultado de uma grande batalha e o valor inicial dos vencimentos é atualizado anualmente, no mês de janeiro, desde de 2009. Esse anúncio do MEC é importante porque alguns gestores dizem que só negociam após o anúncio formal do Governo Federal”, ressaltou.
Ele disse que pretende unir forças para intensificar a luta para prefeitos e o governador de Alagoas aplicarem o novo valor nos planos de cargos, carreiras e vencimentos dos trabalhadores da Educação.
Na semana passada, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) cobrou do Ministério da Educação o cumprimento da Lei 11.738, que reajusta o piso do magistério, e que estava em atraso desde o dia 1º de janeiro. Segundo informação publicada no Diário Oficial, na Portaria Interministerial nº 6, de 28/12/22, o percentual de reajuste do valor do piso nacional do magistério será de 14,945%. O valor passa de R$ 3.845,63 para R$ 4.420,36. O reajuste do piso deve ser atualizado e aplicado sempre em janeiro. E, segundo a CNTE, é fundamental que os estados, Distrito Federal e os municípios façam um projeto de lei para aplicar o valor do piso e que garanta a carreira das professoras e dos professores. A Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) antecipou que há dificuldades de alguns gestores em aplicar o aumento na remuneração dos educadores. O motivo todo mundo já conhece: a escassez de recursos nos tesouros municipais. “Os prefeitos têm cumprido a legislação vigente que prevê o pagamento do piso dos professores. E, realmente, alguns municípios têm dificuldade, mas têm feito o que é necessário para garantir o pagamento”, informou o presidente da AMA, prefeito Hugo Wanderley (MDB). A Gazeta procurou a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), mas até o fechamento desta edição o governo não havia se pronunciado sobre a aplicação do novo piso salarial dos professores.