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Nº 5759
Política

FAMÍLIAS DE POSSEIROS SÃO PRESSIONADAS A DEIXAR CASAS EM FAZENDA NO IN

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Por Marcos Rodrigues | Edição do dia 26/01/2023 - Matéria atualizada em 26/01/2023 às 04h00

A pressão feita contra 16 famílias de posseiros para que deixem casas da Fazenda Taquara, em Colônia Leopoldina, provocou uma visita ao local de representantes da Superintendência de Direitos Humanos do governo do Estado, Instituto de Terras de Alagoas (Iteral) e do gerenciamento de crises da Polícia Militar.

Entre os posseiros, há ex-trabalhadores da usina que nunca foram indenizados e parentes, que têm sido ameaçados de perder os imóveis. A tensão começou depois que as terras teriam sido negociadas entre o antigo dono, Wlater Galvão, com um homem identificado apenas como Fabiano. A situação acabou chamando a atenção da Comissão Pastoral da Terra (CPT) depois que as famílias pediram ajuda a um advogado que conhece o movimento. Conforme explicou o coordenador nacional, Carlos Lima, os recados para que deixem a área e façam acordos são feitos por um homem conhecido como “Guiné”. “Mas não é assim que essa situação deverá ser resolvida. Elas têm direito. As famílias estão na região há muitos anos. Uma delas, por exemplo, o pai trabalhou a vida toda no local, nunca foi indenizado e ela mesma nasceu naquelas terras. Por isso entendemos que é necessário uma intervenção do Estado para garantir o direito das pessoas”, disse Carlos. Ele lembra que a Defensoria Pública já entrou com uma ação que tramita na Justiça para garantir a posse. Um outro detalhe é que mesmo com o suposto novo proprietário se apresentando como tendo adquirido a área, o documento que a CPT teve acesso consta em cartório que as terras ainda estão em nome da Usina Taquara. Uma outra divergência é quanto a área que supostamente teria sido negociada. Enquanto o suposto proprietário manda avisar que adquiriu 660 hectares, a área real descrita no documento oficial é de que as terras da antiga usina têm 122 hectares. Em meio as divergências e após a visita das autoridades ao local, a entidade conseguiu articular uma ampla reunião para esta quinta-feira (26), em Maceió, para que o assunto volte a ser discutido. Há, inclusive, a possibilidade de que conte com representes do Ministério Público do Trabalho (MPT), por conta das pendências trabalhistas que envolvem as famílias.

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