
AL É 1º ESTADO A ALCANÇAR PARIDADE DE GÊNERO NO PRIMEIRO ESCALÃO
No atual governo, mais da metade das secretarias de Estado é ocupada por mulheres
Por DA REDAÇÃO COM ASSESSORIA | Edição do dia 08/03/2023 - Matéria atualizada em 08/03/2023 às 22h43



Alagoas se tornou o primeiro estado, e o único até o momento, a alcançar a paridade de gênero na ocupação de cargos de primeiro escalão. Mais da metade das 27 secretarias de Estado é comandada por mulheres. Vários cargos de segundo escalão e gestão também são ocupados por mulheres. Essa valorização caracterizada pela promoção da paridade de gênero é uma promessa de campanha que vem sendo cumprida desde o início do atual governo. A secretária Luiza Barreiros, do Gabinete Civil, uma das pastas mais estratégicas da estrutura governamental, lembra que esse processo começou ainda na primeira gestão do governador Paulo Dantas, em 2022, quando ele avançou em seu propósito de privilegiar e abrir espaço de poder para as mulheres. “Não que ele pensasse, intencionalmente, em ter essa maioria no secretariado. Mas, sim, em aproveitar ao máximo a capacidade da mulher em sua equipe de trabalho. E quando ele fechou a equipe do governo, depois de um tempo, nos demos conta e vimos, humildemente, que em Alagoas a maioria do secretariado era de mulheres, o que se tornou um fato histórico”, diz Luíza. “Enquanto política pública, o governador pensou, sim, em ter mais políticas para mulheres no Estado, porém, trabalhando junto com os homens e mulheres para fomentar essas políticas”, ressalta a secretária. “É fato que, historicamente, a mulher para conquistar os espaços de poder teve sempre que mostrar mais, porque a mulher ainda hoje tem de romper muitas barreiras em um mundo sexista”.
MÃE SOLO, FEMINISTA E GESTORA
Quem também junta forças ao protagonismo feminino na estrutura do serviço público, posicionando-se nas instâncias de poder é a secretária de Estado de Planejamento, Gestão e Patrimônio, Renata dos Santos. Ela celebra o fato histórico como uma nova referência não só em Alagoas, mas na administração pública brasileira, que tem suas instâncias de poder formadas historicamente por homens. “Eu, mulher não branca, feminista, mãe solo de outra mulher, proveniente de uma classe social menos favorecida, que conquistou uma melhoria de vida por meio da educação me sinto privilegiada em fazer parte dessa gestão. Estou vivendo o maior dos meus sonhos com esse protagonismo: o de quebrar alguns tabus. Nossa sociedade tinha cristalizado que mulheres só podiam ter cargo de gestão que tivessem características femininas. Mas isso está mudando e que bom que nossa Alagoas está dando o exemplo”, destaca Renata. Nascida em São Paulo, criada no Rio de Janeiro, ela ganhou protagonismo em solo alagoano desde 2015, quando foi um dos principais nomes da equipe do Tesouro Estadual, trabalhando com o secretário da Fazenda, George Santoro. “Independentemente de a mulher ser a maioria ou não, a gestão do governador Paulo tem como foco políticas inclusivas, focadas em pessoas; em gente”, acrescentou a gestora da Seplag.
A Secretaria da Cidadania e da Pessoa com Deficiência (Secdef) também é comandada por uma mulher: a secretária Aline Rodrigues, que já vem de experiência em outros cargos relevantes na gestão Paulo Dantas, a exemplo da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades). “Alagoas, culturalmente, sempre foi conhecida como terra de ‘cabra macho’, mas o governador, com sua sensibilidade, soube promover esse equilíbrio e hoje somos homens e mulheres trabalhando juntos para um Estado melhor para nosso povo”, destaca Aline Rodrigues.
DISPARIDADE
Entre os Estados, os que mais se aproximam de Alagoas na política de equidade são Ceará (46,8%), Pernambuco (44%), Maranhão (44%) e Rio Grande do Norte (33,3%), todos no Nordeste. Dois deles (PE e RN) são governados por mulheres. A maior disparidade de gênero no primeiro escalão é observada nos estados do Paraná, onde apenas 4,4% dos cargos são ocupados por mulheres; Tocantins, com 5,9%; Pará, com 12,5%; e Acre, com 13,3%. No Brasil, a luta pela paridade de gênero é pauta antiga dos movimentos feministas e de valorização das mulheres. Alagoas saiu na dianteira, mas, na maioria dos outros estados, o movimento nesse sentido é quase invisível, com raras exceções. O jornal O Globo mostra que o governo federal avançou bem na atual gestão, mas as mulheres correspondem a apenas 30% dos ministérios.