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PMAL CONSCIENTIZA HOMENS SOBRE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Projeto Juntos por Elas, da Patrulha Maria da Penha, já levou orientações a mais de 2.500 homens no Estado

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Imagem ilustrativa da imagem PMAL CONSCIENTIZA HOMENS SOBRE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
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“Alguém aqui já praticou violência doméstica?”. O questionamento seguido do ato de levantar a mão como forma de confirmar a informação é o que inicia as palestras ministradas por policiais militares de Alagoas, dirigidas a homens. Essa conscientização sobre as diversas formas de se praticar violência contra uma mulher é o norte do projeto Juntos por Elas, promovido pela Polícia Militar de Alagoas, através da Patrulha Maria da Penha. Em cinco anos de existência, o projeto já levou orientações sobre o que é violência contra a mulher a mais de 2.500 homens alagoanos que possuem medida protetiva expedida pela Justiça. O grupo responsável pela disseminação do conhecimento é composto por 10 policiais que dialogam com outros homens com o objetivo de educá-los sobre as formas de violência que constituem esse tipo de crime. Segundo o cabo PM Geraldo, o projeto executado pela Patrulha Maria da Penha teve como base uma ação promovida pela Polícia Militar da Bahia. O formato e objetivo foram trazidos para Alagoas e hoje conscientizam também os homens em empresas, escolas e outros estabelecimentos. “O Juntos por Elas é oriundo da Lei 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha. Nós levamos a esse público as informações contidas no artigo 8º, que fala das medidas de proteção. Criamos com o Judiciário uma parceria e levamos a esse homem, que outrora foi infrator, informações sobre o que ele deve fazer e onde ele pode procurar ajuda para evitar a reincidência. Entre os homens assistidos, nenhum deles descumpriu as medidas protetivas”, destacou. O projeto tem parcerias. Uma delas é com a Secretaria de Ressocialização, onde promove palestras para homens que cumprem pena no regime semiaberto, por algum crime relacionado à violência contra a mulher. A ação também já vem sendo desenvolvida na Casa de Direitos, no bairro do Jacintinho, e em escolas e empresas que buscam levar essas orientações ao público masculino. “A gente explica os tipos de violência; o que configura violência sexual, física, patrimonial, moral e psicológica. Muitos de nós não nos vemos praticando violência doméstica, mas quando nos debruçamos sobre a Lei, vemos como funciona”, lembrou.

CONSCIÊNCIA É FUNDAMENTAL

Durante as palestras, os militares da Patrulha Maria da Penha também realizam um jogo para que os homens coloquem em prática o que estão aprendendo. O Jogo da Consciência consiste em colocar pelo menos cinco homens num tabuleiro gigante e vence quem conseguir avançar até o final e responder de forma correta o máximo de perguntas.

O soldado Carlos Henrique explica que a dinâmica tem grande aceitação, pois consegue, de forma descontraída, explorar o conhecimento adquirido durante a palestra. Além de ser uma forma de tirar dúvidas que o público masculino tem sobre o tema.

“Há muita dúvida no meio masculino e o jogo é importante. Entre as principais questões, está o porquê não haver uma Lei ‘João da Penha’. Eles também têm dúvidas sobre aquela máxima de que ‘em briga de marido e mulher se mete a colher’. Muitos também não sabem o que é uma medida protetiva de urgência, como funciona, o que vão fazer com essa decisão judicial. E muitos têm dúvidas sobre o que é e que tipo de atitude pode configurar violência sexual”, explicou. Durante o tempo da palestra, os militares perguntam ao grupo quem ali já cometeu violência doméstica. O ato de eles levantarem a mão já gera o encorajamento para que todos entendam a importância da ação e de se conscientizar sobre o tema. “A gente às vezes brinca dizendo que só o policial que comete violência contra a mulher, mas no final da dinâmica, tem homem que até chora arrependido do que fez. Todo esse trabalho é para mostrar a eles a importância da Lei Maria da Penha e que não devemos praticar nenhum tipo de agressão”, disse. A comandante da Patrulha Maria da Penha, tenente-coronel Danielli Assunção, destaca a importância do trabalho que vem sendo realizado pela Polícia Militar alagoana. “Somos uma das poucas polícias do Brasil que promove esse tipo de ação. Nós também levamos esse conhecimento para a tropa durante instruções e estamos à disposição de empresas, escolas e da sociedade civil que queira ter acesso a nosso projeto”, finalizou. O secretário da Segurança Pública, Flávio Saraiva, destaca o empenho das forças de segurança em atuar em várias frentes com o objetivo de promover ações de proteção à mulher. “Esse projeto é muito importante, pois mostra que a Patrulha Maria da Penha se preocupa também em levar conscientização ao homem que já cumpre medida protetiva. A SSP tem dado prioridade no combate à violência contra a mulher e parabenizo a todos por mais este trabalho importante”, completou.

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