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Nº 5822
Política

Ex-governistas agora est�o do outro lado

ODILON RIOS A partir do dia 15 de fevereiro, quando o recesso na Câmara de Vereadores chegar ao fim, três parlamentares, que eram da bancada da situação na legislatura passada, passarão a ser oposição: Marcos Alves (PSB), Judson Cabral (PT) e pastor Joã

Por | Edição do dia 23/01/2005 - Matéria atualizada em 23/01/2005 às 00h00

ODILON RIOS A partir do dia 15 de fevereiro, quando o recesso na Câmara de Vereadores chegar ao fim, três parlamentares, que eram da bancada da situação na legislatura passada, passarão a ser oposição: Marcos Alves (PSB), Judson Cabral (PT) e pastor João Luiz (PMDB). Alves não se considera oposição, porque espera uma definição do PSB sobre o assunto, mas declarou que é “independente”, apesar de ter sido contra o veto às emendas do prefeito Cícero Almeida (sem partido). É vereador desde 2000 e um dos membros mais antigos do PSB. A carreira política começou no extinto MDB. Em 1982, um dos irmãos foi morto em uma chacina em São José da Tapera, em uma churrascaria no centro da cidade e até hoje o caso não foi esclarecido. Suspeita-se que o crime tenha sido encomendado por coronéis da região. “Devemos ter coerência na Câmara para que a Casa não se torne subserviente”, disse Alves. Segundo ele, na votação dos vetos às emendas dos parlamentares, a bancada governista acabou sendo contra as comunidades que solicitaram as emendas ao orçamento. Os trabalhos na legislatura começaram com um levantamento do número de cargos comissionados nomeados por Almeida. “Se passar dos 40%, vamos reclamar”. O prefeito prometeu extinguir “mais de 60%” dos cargos comissionados, nos primeiros dias de governo. “Ele [Almeida] deve prometer aquilo que deve ser feito. A oposição não será de brincadeira. Poderá até ser situação, se o prefeito colocar em prática tudo aquilo que prometeu durante a campanha”, afirmou, explicando ainda que houve “um pouco de exagero nas promessas”, como completou. “Não foi nem reduzido o número de secretarias”, resumiu. PT Judson Cabral está desde 2000 na Câmara de Vereadores e sempre foi oposição a então prefeita Kátia Born (PSB), mas, ano passado, com a aliança entre PT e PSB, passou para a bancada de situação. Na Câmara, é um dos defensores do Plano Diretor da Capital e, quando era oposição a Born, levantava suspeitas quanto aos pardais – os radares eletrônicos espalhados na cidade, classificados pelo vereador como “indústria de multas”. Cabral foi superintendente Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), antes de se tornar vereador. Em 2002, se candidatou ao governo estadual, mas nunca incomodou na disputa, pelo menos em relação aos números. Na primeira auto-convocação da Câmara este ano, classificou a sessão como “ilegal” e uma “imprudência”. Segundo ele, o requerimento da auto-convocação estava datado de maneira errada. Pela data apresentada, o poder legislativo só poderia ser auto-convocado um dia após a data protocolada na documentação. Além dele, outro vereador viu a suposta irregularidade: Marcelo Malta. Cabral é um dos articuladores da reunião que acontece esta semana, entre os membros da oposição. Ele vai reunir provas para entrar na Justiça e tentar anular a sessão que aprovou os vetos do prefeito. “A sessão descumpriu o requerimento. Nós votamos não sabemos o quê”, alardeou. PMDB O pastor João Luiz (PMDB) foi a surpresa no bloco de oposição, porque há duas semanas classificava-se da bancada do prefeito. Foi presidente da Casa de 1996 a 1998, quando o prédio da Câmara foi incendiado. O inquérito sobre o incêndio nunca foi concluído. Ele é vereador desde 1992. “Até agora, ele não se manifestou”, disse um assessor, explicando que o pastor estava viajando e até sexta-feira não tinha definido sua posição na Câmara. Só que três vereadores confirmaram que João Luiz não está mais do lado da bancada governista: Marcelo Malta, Eduardo Canuto e Diogo Gaia. João Luiz se elegeu pelo PGT, mas o partido acabou se fundindo a outra legenda nas estradas eleitorais e ele buscou novo destino. Foi para o PL, mas reclamou da gerência do partido, que não dava voz ao parlamentar. Está no PMDB, novamente insatisfeito, porque nas eleições municipais da capital teria sido esquecido pelo partido na hora de se definir o candidato à Prefeitura. Foi trocado pelo médico José Wanderley Neto. O pastor dizia que não tinha sido consultado pela legenda. Na primeira sessão de autoconvocação, foi o único a não comparecer. Na época da eleição da Mesa Diretora, ao apagar das luzes de 2004, ameaçou entrar com um pedido de auditoria na Casa, solicitando as contas da gestão do então presidente Alan Balbino, mas o assunto não foi adiante. Balbino ameaçou pedir novas investigações sobre o incêndio na Câmara, na gestão do pastor, caso fosse pedida a auditoria, mas, segundo o presidente da Mesa Diretora, Arnaldo Fontan, a proposta foi “eleitoral”.

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