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Nº 5824
Política

Jo�o Caldas ignora PL e deve provocar “racha” no partido

CRISTINA LIMEIRA REGINA CARVALHO Depois de acomodar o PCdoB e o PV na administração estadual, o governador Ronaldo Lessa deu ontem mais uma cartada rumo ao seu projeto político de 2006: brindou o PL com a Agência Alagoana de Habitação e ampliou a part

Por | Edição do dia 25/01/2005 - Matéria atualizada em 25/01/2005 às 00h00

CRISTINA LIMEIRA REGINA CARVALHO Depois de acomodar o PCdoB e o PV na administração estadual, o governador Ronaldo Lessa deu ontem mais uma cartada rumo ao seu projeto político de 2006: brindou o PL com a Agência Alagoana de Habitação e ampliou a participação do PT no governo do Estado, concedendo-lhe a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, selando a aliança com os dois partidos que marcham juntos – mesmo que não muito à vontade – desde a eleição de 2002. A Agência de Habitação passou a ser ocupada por Maurício Alves da Silva, no lugar de Arnon Chagas, e a Secretaria de Direitos Humanos por José Roberto Mendes do Amaral, que substituiu a procuradora Magaly Pimentel. Além do PCdoB, do PV e do PL, Lessa também reforçou a participação do PSB em duas secretarias estratégicas: a Regional Metropolitana, que passou a ser ocupada pelo ex-vice-prefeito de Maceió, Alberto Sextafeira, e a de Saúde, que será entregue hoje nas mãos da ex-prefeita Kátia Born. A estratégia é adotada por  Lessa ao mesmo tempo em que ele perde o apoio do PSDB, que pode arrastar o PMDB, outro aliado do governo, caso decida disputar um cargo eletivo nas próximas eleições (ver matéria abaixo) e pode provocar um racha dentro do próprio PL. A aliança do PL com o PSB foi negociada pessoalmente pelo deputado federal João Caldas, à revelia dos diretórios estadual e municipal, e foi marcada por divergências internas. Lessa teria condicionado a aliança à saída do deputado estadual Antônio Albuquerque do PL, que ameaçou deixar a legenda mas voltou atrás logo depois. Mesmo afirmando que continuará no PL, Albuquerque não compareceu à reunião realizada no último sábado para discutir a crise no partido; tampouco foi à solenidade de posse do novo presidente da Agência Alagoana de Habitação, Maurício Alves da Silva. A ausência do presidente do diretório municipal do PL, vereador Galba Novaes, também foi notada e comentada nos bastidores do Palácio como um possível racha dentro do PL. Ontem, por telefone, Galba Novaes admitiu que o diretório municipal não comunga com a aliança firmada pelo deputado federal João Caldas, e que também não terá participação direta no governo Lessa. “Não indicamos nem vamos indicar secretários. Isso cabe à executiva estadual”, disse. Galba confirmou que Albuquerque não participou da reunião de sábado, decisiva para o partido. “Não o convidei pessoalmente, mas achava que ele iria, já que a reunião foi divulgada por meio da imprensa”. Já o deputado federal João Caldas admitiu que a cota do PL na administração estadual deverá ser “abrangente e progressiva”, com expectativa de crescimento dentro do governo estadual. O partido deve indicar mais um secretário de Lessa, o engenheiro Paulo Lima, ex-diretor do Ipaseal e chefe de gabinete do governador. “Teremos mais uma secretaria, que vai ser executiva, e vamos trabalhar por mais espaço”, disse Caldas, sem declarar que secretaria seria ocupada. Caldas reiterou a “independência” do diretório estadual quanto às articulações políticas. “Definimos que podemos seguir independentes, pois há duas realidades distintas. Ficaremos unidos, mas cada um tomando suas próprias decisões”, declarou. Caldas disse ainda que convidou o governador Ronaldo Lessa para se filiar ao PL e acrescentou que, se ele aceitar, será o vice na chapa do presidente Lula na tentativa de reeleição do petista. O atual vice, José Alencar, segundo Caldas, sairá candidato ao governo de Minas Gerais. A GAZETA tentou contato com o deputado estadual Antonio Albuquerque (PL) mas o seu telefone estava desligado. Durante o discurso de posse dos novos secretários, Lessa destacou que a “reorganização” política e administrativa no seu governo continuará. “Chegou a hora de fazer composições, novas alianças e então fortalecer os partidos em busca de um projeto maior. Isso é o meu desejo ”, acrescentou. O governador voltou a citar a possibilidade de sair do PSB. “Não há definição de qual partido eu irei. Tenho simpatia pelo PDT, mas ainda é cedo para tomar uma decisão. A ida de Maurício Quintella [secretário-executivo de Educação] para o partido não significa que eu terei que ir. Ou eu invisto no PSB, ou mudo de rumo, e isso vamos resolver ainda. Vamos avaliar”, enfatizou.

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