Política
Ex-militar vai para SP

Segundo o presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, desembargador Washington Luiz autor do pedido de transferência do ex-oficial , toda a operação foi definida na noite de segunda-feira, depois que a Justiça do Distrito Federal se negou a receber Cavalcante no presídio da Papuda, em Brasília, alegando falta de vagas. Além do desembargador, tinham conhecimento da operação o juiz da Vara de Execuções Penais, Jamil Amil de Hollanda Ferreira, o secretário Estadual de Ressocialização, Walter Gama, o secretário de Defesa Social, Robervaldo Davino, o governador Ronaldo Lessa (PSB) e a direção local e nacional da Polícia Federal. Tão logo soubemos que em Brasília não havia vaga, entrei em contato com o governador Ronaldo Lessa, que ligou para o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e para o diretor nacional da Polícia Federal, Paulo Lacerda, contou o desembargador. Ele disse ainda que falou por telefone, ainda na segunda-feira, com o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Luiz Elias Tâmbara, que garantiu dar agilidade à apreciação do pedido de transferência, após ter sido informado de que um dos motivos que levaram a Justiça a pedir que Cavalcante deixasse Alagoas foi a informação de que haveria um plano para matar juízes estaduais. Ainda segundo o desembargador Washington Luiz, na segunda-feira o juiz Jamil Amil de Hollanda Ferreira encaminhou o pedido de transferência para o juiz Fábio Mendes Ferreira, da Vara de Execuções Criminais de Presidente Prudente, em São Paulo. A vara tem jurisdição sobre o município de Presidente Bernardes. A GAZETA apurou que ontem mesmo o juiz de Presidente Prudente despachou o processo e afirmou que a competência para analisar o pedido de transferência não seria dele, mas sim do Departamento Técnico de Apoio ao Serviço de Execuções Criminais (Decrim-7), com sede na capital de São Paulo. Hoje [ontem] é feriado na cidade de São Paulo e o presidente do Tribunal me pediu que amanhã [hoje] voltasse a entrar em contato com ele, demonstrando muita boa vontade em nos ajudar. Acredito que até sexta-feira o processo de transferência esteja concluído, com Cavalcante preso em Presidente Bernardes, afirmou o desembargador Washington Luiz. Segundo ele, a partir de agora o assunto será tratado entre os presidentes dos dois tribunais. Washington Luiz afirmou que o fato de não haver vaga no presídio da Papuda acabou sendo melhor para a Justiça de Alagoas. Presidente Bernardes é mais seguro que a Papuda. A saída do ex-coronel do Estado nos dá mais tranqüilidade, comentou o desembargador. (LB) Leia mais sobre a transferência de Cavalcante na página A6