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Nº 5822
Política

Transposi��o divide opini�es na bancada federal de AL

REGINA CARVALHO Antes mesmo de 2001, quando o então presidente da República Fernando Henrique Cardoso anunciou que seriam iniciadas as obras de transposição das águas do Rio São Francisco, o assunto divide opiniões. Entre membros da bancada federal de Al

Por | Edição do dia 27/01/2005 - Matéria atualizada em 27/01/2005 às 00h00

REGINA CARVALHO Antes mesmo de 2001, quando o então presidente da República Fernando Henrique Cardoso anunciou que seriam iniciadas as obras de transposição das águas do Rio São Francisco, o assunto divide opiniões. Entre membros da bancada federal de Alagoas não é diferente. Para o deputado federal Givaldo Carimbão (PSB), esse projeto servirá “apenas” para atender a caprichos políticos e pessoais do governo ou de colaboradores ligados a ele. O próprio ministro da Integração Nacional Ciro Gomes (PPS) e seu antecessor, ministro Ney Suassuna (PMDB-PB) foram apontados por Carimbão como beneficiados com a concretização da obra. “Para que isso? Para atender a caprichos do Ceará?”, questionou o deputado. O deputado José Thomaz Nonô (PFL) duvida que o projeto seja concretizado, devido ao volume de recursos necessários para a sua realização. “Sou contra e vou fazer o possível para impedir que esse projeto seja levado adiante. Acredito até que a transposição é inviável para o governo, entre outros itens, pelo fator financeiro, já que envolve muito dinheiro”, ressaltou. Nonô acredita que as grandes empreiteiras serão as maiores beneficiadas com a obra. “Isso será a alegria para elas. Não vejo quais benefícios serão levados para Alagoas”, acrescentou. O deputado federal Benedito de Lira (PP) diz não ser contra a transposição, “já que água é tão importante, é vida”, mas defende a revitalização do rio. “É preciso cuidar das margens”, afirmou. Lira acredita que a discussão sobre a obra virou também uma questão política. Mais moderado em suas colocações, o senador Teotonio Vilela Filho (PSDB) é a favor da obra, desde que garanta água para o consumo humano aos Estados que provarem não existir outra alternativa. “Se somente for possível levar água para essas localidades por meio da transposição, sou a favor”, disse. O senador tucano propõe que as discussões acerca da construção de uma grande adutora para evitar a transposição também poderiam ser levadas em consideração pelo governo, já que poderia sair até mais barata. “A transposição poderia ocorrer concomitantemente com a revitalização do rio”. Téo Vilela destacou que a transposição poderia ser feita desde que o governo contemplasse Alagoas com adutoras e o Canal do Sertão, que estão com as obras paralisadas. A senadora Heloísa Helena (P-Sol) é radicalmente contra o projeto de transposição do São Francisco. Ela considera a proposta uma “fraude” e acusa o presidente Luiz Inácio Lula da Silvas de não incentivar a discussão em torno do tema. “O governo, ao invés de patrocinar a fraude, deveria incentivar um plebiscito”, avaliou. “Eles sabem que existem outras alternativas que não seja a transposição, mas todo governo precisa molhar as mãos dos serviçais da política”, atacou. “Não desviar as águas do Velho Chico não é mesquinharia dos nordestinos. Isso é um populismo velho e demagógico”, disse. Segundo ela, os maiores problemas enfrentados pelo São Francisco são a falta de saneamento básico e a não-recomposição das matas ciliares. “O governo mente quando diz que irá resolver os problemas dos irmãos nordestinos”, alfinetou. O senador Renan Calheiros (PMDB), que já chegou a fazer campanha contra a transposição do Rio, disse ontem à tarde, por telefone, que estava em uma reunião importante e que só poderia falar sobre o assunto “mais tarde”. Durante o resto da tarde, o celular do senador permaneceu desligado.

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