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Nº 5884
Política Bras’lia (DF) - 14-04-2023 - O presidente da China, Xi Jinping (e) recebe no Grande Pal‡cio do Povo, o presidente Luiz In‡cio Lula da Silva (d). Neste encontro assinaram uma sŽrie de acordos comerciais e de parceria. Foto: Ricardo Stuckert/PR

LULA DIZ QUE NINGUÉM VAI PROIBIR ELO DO BRASIL COM A CHINA

Presidente se encontrou com líder Xi Jinping e assinou 15 acordos de cooperação entre os 2 países

Por NELSON DE SÁ/ FOLHAPRESS | Edição do dia 15/04/2023 - Matéria atualizada em 15/04/2023 às 04h00

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou com sua comitiva ao Grande Salão do Povo, em Pequim, às 16h30 no horário local (3h30 em Brasília) dessa sexta (14), sendo recebido pelo líder chinês, Xi Jinping. Ao mesmo tempo, o governo brasileiro divulgou a relação de 15 acordos entre os dois países. A projeção no Ministério da Fazenda é que os pactos totalizem cerca de R$ 50 bilhões de investimento. Na lista se destacam memorandos de entendimento entre o ministério chinês das Finanças e a Fazenda, para infraestrutura e parcerias público-privadas, e um protocolo para fabricar e operar satélites CBERS-6.

O encontro terminou com a cerimônia de assinaturas dos acordos. Lula e Xi então deixaram o local para participarem do banquete oferecido pelo dirigente chinês. Alguns dos acordos ainda têm pendências, caso do estabelecimento da montadora de carros elétricos BYD na Bahia, que ainda espera um acerto com a americana Ford para aquisição de sua antiga fábrica. Nas áreas de interesse da agropecuária brasileira, há um plano para a certificação eletrônica de carnes e um protocolo para a abertura aduaneira do mercado chinês para farinhas de suínos e aves.

Apesar da pressão chinesa, inclusive por meio de artigos na mídia estatal, os acordos anunciados não mencionam adesão à Iniciativa Cinturão e Rota, programa de infraestrutura de Pequim voltado ao exterior. O programa foi citado na declaração conjunta final, mas ficou em segundo plano, assim como a ideia brasileira de criar um “clube da paz” para mediar negociações que levem ao fim da Guerra da Ucrânia. Na cerimônia de chegada, a comitiva acompanhou uma caminhada de Xi e Lula diante da praça da Paz Celestial enquanto uma banda tocava os hinos nacionais de ambos os países e canções como “Novo Tempo”, de Ivan Lins. Um grupo de crianças com bandeiras dos dois países gritou “bem-vindo!”.

Em discurso no início da reunião com Xi, Lula afirmou ter ficado “emocionado com o espetáculo das crianças” e destacou querer ir além do comércio na relação entre os países. “A compreensão que o meu governo tem da China é a de que temos que trabalhar muito para que a relação Brasil-China não seja meramente de interesse comercial”, disse. “Queremos que a relação transcenda a questão comercial.”

Pela manhã, no encontro com o presidente do Congresso Nacional do Povo, Zhao Leji, Lula já havia dito querer “elevar o patamar da parceria estratégica e, junto com a China, equilibrar a geopolítica mundial”. Com Xi, o petista defendeu ainda “uma parceria para construir uma política de desenvolvimento no Brasil no campo da energia”. E acrescentou que a visita ao gigante da tecnologia Huawei, no dia anterior, foi para “dizer ao mundo que não temos preconceito na nossa relação com os chineses”. “Ninguém vai proibir que o Brasil aprimore a sua relação com a China”, afirmou o presidente brasileiro em Pequim.

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