Uma vida dedicada à caridade, à assistência social e, principalmente, ao trabalho voltado às obras da Igreja Católica Apostólica Romana. Um foco, portanto, direcionado para a defesa e o apoio aos menos favorecidos. Foi assim que a própria Ada Mello definiu seu legado durante discurso de posse no Senado Federal em 15 de setembro de 2008. A ex-senadora por Alagoas e também assistente social faleceu na tarde de quinta-feira (20) em Maceió, após uma longa batalha contra o câncer.
Primo de Ada, o ex-presidente da República Fernando Collor de Mello destacou que o falecimento dela foi uma perda para Alagoas e lembrou que a prima dedicou sua vida a acolher, cuidar e levar pelos quatro cantos a mensagem de Cristo. “Sua luta em defesa do patrimônio histórico e religioso de nosso estado também é uma marca do seu legado. Como senadora por Alagoas, atuou para diminuir o abismo social e assegurar aos mais carentes a garantia da dignidade e a assistência do Estado. Que Deus a tenha ao Seu Lado”, afirmou Collor.
No mês passado, Ada chegou a ser homenageada com a nomeação da Creche Ada Mello, da Casa Maria Auxiliadora, localizada no bairro Santa Amélia, em Maceió. Foi por meio também da ação política de Ada Mello que foram restauradas as igrejas Bom Jesus dos Martírios e Nossa Senhora Do Ó, em Maceió, e Nossa Senhora dos Homens, na cidade de Coqueiro Seco.
SERVIDORA E ABNEGADA
O arcebispo Metropolitano de Maceió, Dom Antônio Muniz Fernandes, destacou que Ada era uma amiga querida e cristã servidora e abnegada. O líder católico disse que recebeu com pesar a triste notícia. “Ada Mello, uma cristã servidora e abnegada na missão de evangelizar na Arquidiocese, além de ser uma amiga querida por mim, todo o clero, religiosos(as) e leigos(as). Uno-me à família neste momento de dor e saudade”, declarou. Dom Antônio Muniz Fernandes destacou ainda a luta incansável de Ada pela vida nos últimos meses e salientou a forte gratidão a ela pelo tempo, décadas, que serviu à Arquidiocese. “O metropolita reza pelo conforto dos familiares e amigos e roga ao bom Deus pelo repouso eterno dessa amada filha do Altíssimo. Que Nossa Senhora dos Prazeres nos faça sempre perseverantes neste caminhar rumo ao céu”, completou Dom Antônio.
GENEROSIDADE
Sobrinho de Ada e presidente do Instituto Arnon de Mello (IAM), Fernando James lamentou a partida da tia e lembrou das ações em comunidades de Alagoas, com objetivo de ajudar os menos favorecidos. “Essa pessoa maravilhosa, que, em toda sua vida, ajudou todas as pessoas que estavam ali com ela, fazendo vários trabalhos beneficentes para ajudar as comunidades mais carentes, não somente de Maceió, mas também de todo estado de Alagoas. Estamos todos, que fazemos parte desse rol da intimidade dela, muito tristes e na certeza de que Deus vai recebê-la de braços abertos, com muito carinho e com muito amor. Era tudo isso que ela fazia em vida. Distribuía amor e carinho. E o pensamento dela sempre era o mesmo: sempre ajudar os menos favorecidos”, contou Fernando James. Também sobrinho, Arnon de Mello Neto disse que foi um privilégio conviver com a tia. “Ada foi e será para sempre uma pessoa muito importante para mim. Tive o privilégio de conviver de tê-la ao meu lado em todos os momentos da minha vida. Ela foi um exemplo de generosidade, amor e fé enquanto esteve entre nós. Fará muita falta”, destacou. Para o monsenhor Pedro Teixeira, Ada Mello foi uma mulher extraordinária e maravilhosa. “Nela sempre brilharam as virtudes, que a Bíblia aponta para uma mulher abençoada. A fidelidade à fé católica e a bondade para com todos foram sua marca dominante. Eu sempre lhe disse que, por isso ela iria, após a morte, para o céu com roupa e tudo. No céu está brilhando agora mais uma estrela, que se chama Ada Mello, a mulher humilde, simples, dedicada e bondosa, que passou a vida fazendo o bem”, afirmou.
AMPARO AOS DEPENDENTES
Nascida em Maceió, em 16 de dezembro de 1953, Ada Mello soube se diferenciar no cenário político local e nacional por defender a participação da sociedade no amparo aos dependentes químicos e pelo engajamento na comunidade religiosa católica. A ex-senadora era devota de Santo Agostinho. Quando assumiu seu mandato, ela disse que, apesar de estreante na política, estava ciente de que podia contribuir com o País, justamente por trabalhar a vida inteira com aqueles pelos quais a política devia se importar mais: o povo.