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Nº 5822
Política

Minador do Negr�o volta a viver “clima de guerra”

O clima de intranqüilidade aumentou com a derrota da esposa de Cícero Ferro na eleição. Doze dias depois, aconteceu o assassinato do agricultor Ednilson Teixeira Alves, trazendo de volta o clima de “guerra” entre os dois grupos. Ednilson era ligado ao gru

Por | Edição do dia 29/01/2005 - Matéria atualizada em 29/01/2005 às 00h00

O clima de intranqüilidade aumentou com a derrota da esposa de Cícero Ferro na eleição. Doze dias depois, aconteceu o assassinato do agricultor Ednilson Teixeira Alves, trazendo de volta o clima de “guerra” entre os dois grupos. Ednilson era ligado ao grupo do fazendeiro José Nilton Cardoso. A Polícia Civil prendeu um dos seguranças do deputado Cícero Ferro, Eronildo Alves Barros, como sendo um dos suspeitos de envolvimento no crime. Irmão de Jacó Ferro – mas aliado de Cícero Ferro – o ex-prefeito de Minador do Negrão, Bosco Ferro, chegou a fazer um apelo no ano passado para que “Deus descesse a mão sobre Minador do Negrão”. “Nós precisamos de paz”, disse. Bosco Ferro é um personagem emblemático da “guerra” entre as facções da família Ferro. Ele é irmão de Jacó Ferro e primo do deputado Cícero Ferro e do fazendeiro foragido José Nilton Ferro – os principais envolvidos na briga pelo poder no município. Na tentativa de unir os dois grupos, Bosco decidiu não disputar a reeleição para tentar facilitar um acordo político entre Cícero Ferro, José Nilton e Jacó Ferro. “Eu nunca fui político, mas na eleição passada [em 2000] a família me escolheu para ser o candidato, porque não tinha outra solução para acordo”, recordou o ex-prefeito, em entrevista à GAZETA no ano passado. “Nesta eleição, decidi que não ia sair candidato e sugeri que a família lançasse Paulo Cardoso Ferro, irmão do Zé Nilton, para prefeito, e o genro do Cícero Ferro, Flávio Emílio, para vice. Mas não houve acordo”, disse, referindo-se à eleição de outubro do ano passado. No final do ano passado, Bosco Ferro mostrou preocupação com a possibilidade de novo confronto entre José Nilton e Cícero Ferro, mas não imaginava que a próxima vítima fosse seu próprio irmão. “O melhor era que eles ficassem longe um do outro. Os dois são cabeças duras e tenho medo de um encontro deles dois. Se o Zé Nilton voltar, vai criar um clima difícil de controlar. O povo vai ficar com medo e vai ficar até difícil de se morar em Minador. Para mim, quanto mais distantes os dois, melhor. Eles são os homens mais importantes e poderosos da cidade. Podiam esfriar a cabeça e resolver as coisas sem briga, mas eu não sei se isso vai acontecer. Acho que só Deus para iluminar a cabeça dos dois”, disse Bosco Ferro. Acusações Na mesma época, Jacó Ferro chegou a responsabilizar o deputado Cícero Ferro pela situação de medo e terror no município. “O Cícero Ferro, que é meu primo, quer ser o dono de tudo, mandar em todo mundo e ser melhor do que todo mundo”, reclamou. Jacó também fez acusações. “A família sempre apoiou ele [Cícero], mas ele sempre traiu a família. Começou com os avós dele, Osório Cardoso e Maria Ferro, que sempre o ajudaram, inclusive na eleição dele para prefeito de Minador. Só foi ele ser eleito para jogar os pés neles”, disse à época. Jacó Ferro também disse, na entrevista à GAZETA, que a briga de Cícero Ferro com José Nilton, que já foi aliado dele, começou há muito tempo. “Ele chegou a dizer que o Zé Nilton era assaltante de banco. Antes daquele encontro em que eles trocaram tiros [a emboscada de 31 de janeiro], Cícero Ferro tinha jogado o carro dele contra o Zé Nilton e ainda tentou matar o filho dele. Depois, fez aquela sujeira para tirar o PFL, para o Zé Nilton não concorrer para prefeito. Eu acho que o povo de Minador julgou o Zé Nilton e o Cícero Ferro e, pelo resultado das eleições, o povo absolveu o Zé Nilton, que vai voltar aqui, e pode ter certeza de que vai para os braços do povo”, garantiu Jacó Ferro, na última entrevista concedida à GAZETA antes de ser morto. (LB)

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