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Nº 5822
Política

Jac� estaria na lista de marcados para morrer

LUIZA BARREIROS O nome do ex-presidente da Câmara Municipal de Minador do Negrão e atual secretário de Administração do município, Jacó Cardoso Ferro, constava em uma suposta lista de pessoas marcadas para morrer. Ligado politicamente ao fazendeiro José

Por | Edição do dia 29/01/2005 - Matéria atualizada em 29/01/2005 às 00h00

LUIZA BARREIROS O nome do ex-presidente da Câmara Municipal de Minador do Negrão e atual secretário de Administração do município, Jacó Cardoso Ferro, constava em uma suposta lista de pessoas marcadas para morrer. Ligado politicamente ao fazendeiro José Nilton Cardoso Ferro – principal suspeito de ter comandado, em janeiro do ano passado, o atentado contra o deputado estadual Cícero Ferro (PMDB) –, Jacó chegou a ser apontado pelo parlamentar como um dos mandantes da emboscada que sofreu. Apesar disso, ele não foi indiciado no inquérito policial que apurou o caso. O fato de a  juíza da cidade, Iva Bernadete,  ter concedido habeas-corpus a Jacó Ferro impedindo sua prisão, por não ter encontrado indícios de participação dele na  emboscada, fez com que Cícero Ferro acusasse a magistrada de “favorecer criminosos”. A lista de marcados para morrer foi divulgada depois da eleição de 3 de outubro no ano passado, quando a esposa do deputado Cícero Ferro, Eladja Ferro (PMDB), perdeu a eleição para o atual prefeito Emílio Barros (PSB), ligado a José Nilton e a Jacó Ferro. Além de Jacó Ferro, fariam parte da suposta lista a esposa, o irmão, filhos e pessoas ligadas diretamente ao fazendeiro José Nilton Cardoso Ferro. Essas pessoas teriam recebido ligações anônimas com ameaças de morte. Depois da ameaça pública feita pelo principal suspeito do crime, Eronildo Alves Barros, contra Jacó Ferro, ele anunciou que deixaria o município, temendo ser morto. O que chama a atenção na disputa política e no clima de violência vivido em Minador do Negrão é que os grupos opositores e os inimigos fazem parte da mesma família Ferro. Todo mundo é parente de todo mundo. Por isso, o comando da Polícia Militar e representantes do Poder Judiciário reuniram os dois clãs rivais da família Ferro, no ano passado, para tentar estabelecer um pacto de convivência. A última reunião ocorreu em novembro do ano passado, na Câmara de Vereadores de Minador, e contou com a presença de quatro oficiais da Polícia Militar, da juíza Iva Bernadete e do promotor de Cacimbinhas, Nilson Miranda; de vereadores e representantes dos grupos do deputado estadual Cícero Ferro (PMDB) e do fazendeiro José Nilton Cardoso, que disputam o poder político no município. O comandante de Policiamento do Interior, coronel Jorge Coutinho, foi indicado como “mediador” do “pacto de paz” e na época reconheceu que o clima de tensão no município, provocado pela disputa de poder entre os clãs da família Ferro, não seria superado imediatamente. Um dos objetivos da reunião era conseguir uma transição pacífica na Prefeitura do município. O grupo do deputado Cícero Ferro, que tinha a prefeitura mas perdeu a eleição, aceitou a proposta da formação de um grupo de transição do poder. O grupo de Ferro perdeu a eleição para o candidato apoiado pelo fazendeiro José Nilton Cardoso, Emílio Barros (PSB), que venceu a esposa do deputado, Eladja Ferro (PMDB), na disputa pela Prefeitura de Minador do Negrão. Atentado O clima de violência em Minador do Negrão havia ficado mais acirrado há exatamente um ano, quando ocorreu o atentado contra o deputado Cícero Ferro (PMDB). O atentado foi comandado pelo primo e principal inimigo político do parlamentar, o fazendeiro José Nilton Cardoso Ferro. No total, participaram da emboscada 12 homens, armados com espingardas e pistolas. O veículo em que o deputado estava com o primo e motorista José Maria Ferro foi interceptado por dois veículos. Foram disparados cerca de 200 tiros, sendo que seis deles atingiram Cícero Ferro. Ele conseguiu escapar do atentado, que trouxe de volta a guerra entre os integrantes dos dois grupos da família Ferro, que há mais de 20 anos disputam o poder político na cidade. Durante a campanha eleitoral, o clima de tensão voltou a dominar o município, que recebeu tropas do Exército para garantir a segurança durante as eleições.

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