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Nº 5822
Política

Os ricos e os “pobres” na C�mara de Macei�

LUIZA BARREIROS Os vereadores João Luiz (PMDB), Alan Balbino (sem partido) e José Márcio (PTB) possuem os maiores patrimônios entre os 21 parlamentares de Maceió. De acordo com a declaração de bens referente ao exercício de 2003, publicada no último dia

Por | Edição do dia 30/01/2005 - Matéria atualizada em 30/01/2005 às 00h00

LUIZA BARREIROS Os vereadores João Luiz (PMDB), Alan Balbino (sem partido) e José Márcio (PTB) possuem os maiores patrimônios entre os 21 parlamentares de Maceió. De acordo com a declaração de bens referente ao exercício de 2003, publicada no último dia 7 no Diário Oficial do Município (DOM), o patrimônio de João Luiz soma R$ 546.088,21, seguido de Balbino (R$ 327.176,67) e de José Márcio (R$ 250.200,00). No total, os 21 vereadores somam um patrimônio declarado ao Imposto de Renda que beira os R$ 3 milhões. A soma, entretanto, exclui três parlamentares. No caso de dois deles – Diogo Gaia (PT), e Marcelo Victor (PP) – até se entende a razão. Eles são os “caçulas” da Câmara (com 22 e 25 anos, respectivamente) e, embora pertençam a famílias de políticos abastados, podem até alegar que ainda não tiveram tempo de construir um patrimônio próprio a ser declarado. Gaia ainda chegou a declarar que o único bem que possui é um automóvel Peugeot 206, financiado. Marcelo Victor, filho e herdeiro do deputado estadual e empresário Gervásio Raimundo (PSB), nem um automóvel declarou possuir. Curioso mesmo foi descobrir a “pobreza franciscana” do veterano Walter Pitombo Laranjeiras, o Toroca, 71 anos, eleito em outubro para seu 6º mandato na Câmara. Toroca declarou não possuir um único bem, nem mesmo o veículo que dirige, o apartamento onde mora, na Ponta Verde, ou a lancha em que é visto passeando nos finais de semana. O único rendimento declarado por ele ao Fisco em 2004 foi o salário – R$ 76.500,00 – que recebeu no ano anterior como servidor de carreira do Ministério Público. Só, e nada mais. No caso do vereador João Luiz, 53 anos, que, como Toroca, é ex-presidente da Câmara Municipal de Maceió, o bem de maior valor declarado é um apartamento na Ponta Verde. Mas também há investimentos no Sul do País: um apartamento e um terreno em um balneário em Santa Catarina e um lote no Paraná. Ele também declarou possuir um veículo Suzuki e saldo em poupança. O segundo maior patrimônio declarado pertence a outro ex-presidente da Câmara, o vereador Alan Balbino. Além de investimentos e aplicações bancárias, Balbino declarou os valores – das parcelas já pagas – de financiamentos de apartamentos na Ponta Verde e de vários consórcios de veículos e motocicletas. Também declarou possuir lotes de terrenos na Jatiúca, no Farol e no loteamento Oceanis, em Jacarecica. O terceiro maior patrimônio pertence ao vereador José Márcio Maia, 46 anos, que é fiscal de Tributos Estaduais. Ele listou terrenos na Barra de Santo Antônio e na Barra de São Miguel, um apartamento na Ponta Verde e veículos. O também ex-presidente da Câmara Arnaldo Fontan, 49 anos, que em janeiro foi eleito para o cargo de chefe do Legislativo municipal pela segunda vez, aparece em quarto lugar no ranking. Ele declarou ter uma casa e dois terrenos em Mangabeiras e terrenos na Garça Torta, Barra de São Miguel e Barra de Santo Antônio, apartamento na Jatiúca, veículos e seis linhas telefônicas avaliadas em R$ 8.817,12. A publicação das declarações também revela o hobby dos vereadores. No caso de Dudu Holanda, 28 anos, em sua declaração de bens constam, além de veículos, investimentos bancários e participação no capital social de um clínica, três cavalos de raça, avaliados em cerca de R$ 4.500,00 cada um. Dudu também declarou ter vendido dois cavalos Paint Horse, um por R$ 8 mil e outro por R$ 10 mil. Por lei, os políticos precisam fazer uma relação dos bens e entregar à Justiça Eleitoral a cada eleição. A intenção é que a população – que quase nunca toma conhecimento do conteúdo das declarações, que são publicadas em letras minúsculas apenas no Diário Oficial – possa comparar a evolução do patrimônio dos políticos e se os bens declarados ou ostentados por eles são compatíveis com a renda que possuem. Ou que dizem possuir.

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