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Sem Lessa, PSB corre risco de ser sepultado em Alagoas

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ODILON RIOS O anúncio da saída do governador Ronaldo Lessa do PSB promete gerar uma crise sem precedentes nos 20 anos do partido em Alagoas. Até a cúpula nacional da sigla admite que a desfiliação do governador pode provocar o sepultamento do PSB no Estado. ?Acredito que com a saída do governador do PSB, o partido em Alagoas irá desaparecer?, disse o presidente de honra do PSB, Jamil Haddad, em conversa por telefone com a GAZETA, na sexta-feira. Declarando-se insatisfeito no PSB, Haddad desabafou: ?Infelizmente, não existem condições para que o governador permaneça no partido. A direção nacional não dá condições para a renovação?, disse o presidente de honra, referindo-se ao presidente nacional do partido, Miguel Arraes. ?Estou insatisfeito porque eu, por exemplo, era contra a entrada do [Anthony] Garotinho [ex-governador do Rio de Janeiro]. Fui contra e me afastei da militância?, afirmou. De acordo com Haddad, Garotinho ingressou no PSB levando várias lideranças partidárias e saiu do partido carregando alguns nomes. ?O Arraes deveria ter o cuidado de renovar os quadros do partido. Ele controla o PSB e essa não é uma maneira muito democrática [de administrar o partido]?, ressaltou. Essa ?falta? de democracia foi sentida pelo governador alagoano no PSB. Depois de disputar a presidência nacional com Arraes, há dois anos, Lessa não só perdeu a eleição, como foi castigado: ficou sem uma cadeira na Executiva Nacional do PSB (onde ocorrem as discussões partidárias), tendo que decidir, às escondidas, uma costura política com o PV, PL, PCdoB, PCB, PDT e PT e inclui-los em cargos no governo estadual, além de ser ameaçado na candidatura ao Senado. ?Eu ainda vou conversar com ele [Lessa] e pedir para que não saia do PSB?, informou o presidente de honra do PSB. Lessa foi um dos fundadores do partido em Alagoas, na década de 80. Outra liderança nacional do PSB, o ex-ministro Roberto Amaral, disse à GAZETA que conhece o ?mal-estar vivido pelo governador no PSB?. Ele evitou falar sobre a possibilidade de haver intervenção do PSB de Alagoas. A GAZETA tentou contato com o secretário nacional do partido, Carlos Siqueira, para conversar com Miguel Arraes, mas não obteve êxito. ?Não digo que Arraes deve ter dado graças a Deus pela saída do governador, mas deixa de existir um elemento no partido que discordava do presidente nacional?, disse o deputado federal, Jurandir Bóia (PSB). Rebelião Sem chances de o governador voltar atrás na decisão de se filiar ao PDT ? ele assina a ficha partidária no dia 10 de fevereiro ?, dúvidas pairam sobre o partido. Uma delas é a permanência do núcleo ?orgânico? no PSB, ou seja, os fundadores da sigla em Alagoas. Para Haddad, eles não ficarão muito tempo. Não é o que pensam os ?orgânicos?. ?Não tenho a menor dúvida de que permaneço no PSB, até porque foi o primeiro partido a que me filiei. Poderá haver a ida de secretários para o PDT e eles poderão vir também, mas não há nada definitivo?, adiantou o vice-governador e presidente do PSB, Luis Abílio. ?Não acredito que haverá debandada?, complementou Abílio, que assumiu a missão de reformular as bases do PSB no interior do Estado. Até sexta-feira, estava definido que Abílio, o secretário Metropolitano, Alberto Sextafeira e a secretária de Saúde, Kátia Born, não sairão do PSB. ?Eu sou a vice-presidente do PSB. Não saio. Provavelmente alguns prefeitos vão seguir com o governador para o PDT, mas vou lutar para que alguns fiquem?, afirmou Kátia. Para o presidente de honra do PSB, a secretária de Saúde é ?uma das lideranças mais expressivas do partido e virtual candidata ao governo do Estado, em 2006?. Já entre os pessebistas que devem acompanhar Lessa constam a secretária da Célula de Articulação Política, Fátima Borges, e o deputado federal Jurandir Bóia. O primeiro a ser anunciado como pronto para sair do PSB rumo ao PDT foi o secretário-executivo de Educação e deputado federal Maurício Quintella Lessa, primo do governador.

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