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Nº 5822
Política

Medo e sil�ncio em Minador do Negr�o

Dois dias depois do crime que reacendeu o ódio e as divergências entre facções rivais da família Cardoso Ferro, o clima ainda era de tensão, medo e total silêncio nas ruas de Minador do Negrão. A Prefeitura e a Câmara de Vereadores amanheceram com as port

Por | Edição do dia 01/02/2005 - Matéria atualizada em 01/02/2005 às 00h00

Dois dias depois do crime que reacendeu o ódio e as divergências entre facções rivais da família Cardoso Ferro, o clima ainda era de tensão, medo e total silêncio nas ruas de Minador do Negrão. A Prefeitura e a Câmara de Vereadores amanheceram com as portas fechadas. Abordados pela GAZETA, moradores mostraram-se arredios e evitaram fazer qualquer comentário sobre a violência que macula a imagem do município alagoano. “Três dias de luto oficial pelo falecimento trágico do ex-vereador Jacó Cardoso Ferro”. Era a síntese do texto de decreto assinado pelo vereador Elton Daniel Tenório e afixado na porta da Câmara de Vereadores. O Poder Legislativo funciona em prédio anexo ao da Prefeitura, onde também não houve expediente ontem pela manhã. A reportagem da GAZETA tentou, mas não conseguiu localizar o atual prefeito Emílio Barros (PSB) para ouvi-lo sobre quem seria o substituto do secretário Jacó Cardoso Ferro. “Ele [Jacó] era pessoa muito benquista. Estamos surpresos com o ocorrido. Não sabemos quem será seu substituto. Cabe ao prefeito [Emílio Barros] fazer a escolha do novo secretário de Administração”, explicou a vice-prefeita Lindalva Barros (PSB). Em entrevista por telefone, ela afirmou ainda que espera agilidade das autoridades policiais no sentido de prender os dois suspeitos. “Existem muitas dúvidas. Queremos ter certeza de que foram eles [Eronildo e Wellington] os responsáveis pela tragédia”, afirmou. À tarde, por meio de telefone, o prefeito Emílio Barros disse que a família espera que seja feita justiça. Evitou falar sobre possível mandante do assassinato e elogiou Jacó Ferro. “Ele era uma pessoa muito querida pela família e ninguém esperava que isso acontecesse”, reforçou. O prefeito esteve ontem em Maceió, participando da eleição da nova diretoria da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA). Emílio Barros foi candidato a prefeito de Minador do Negrão por acaso. Ele era vereador na época, e o único do grupo político de José Nilton Cardoso Ferro que tinha filiação partidária. Os demais integrantes do grupo ficaram inelegíveis por conta da intervenção do deputado estadual Cícero Ferro (PMDB) no PFL. Emílio derrotou Eladja Ferro (PMDB), esposa do deputado Cícero Ferro. Após as eleições, o prefeito foi ameaçado de morte e ficou um período fora do Estado. Recebeu proteção da Secretaria de Defesa Social e supostamente está na relação dos marcados para morrer. “Nada a declarar” O olhar de desconfiança e as palavras contidas fazem parte do cotidiano dos moradores de Minador do Negrão. Nenhum dos moradores questionados ontem pela manhã pela equipe de reportagem da GAZETA quis comentar os últimos episódios de violência envolvendo políticos das famílias Cardoso e Ferro que disputam o poder no município há mais de duas décadas. A economia de palavras dificulta até mesmo o trabalho das autoridades policiais. “O silêncio é total. Quem sabe de alguma coisa costuma ficar mudo diante da polícia”, reconhece um dos agentes da Polícia Civil. (MM) Leia mais sobre o assunto na página A6

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