Foragidos da lei v�o ao vel�rio de Jac� Ferro
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Por | Edição do dia 02/02/2005 - Matéria atualizada em 02/02/2005 às 00h00
CELIO GOMES Foragido da Justiça e apontado como o principal responsável pela tentativa de assassinato do deputado estadual Cícero Ferro (PMDB) crime ocorrido em janeiro de 2004 , o fazendeiro José Nilton Cardoso Ferro desafiou a lei e a polícia e esteve presente ao velório de seu primo Jacó Cardoso Ferro, no último fim de semana, na cidade de Minador do Negrão, a 169 km de Maceió. Jacó Ferro foi assassinado numa emboscada na última sexta-feira, próximo ao município de Estrela de Alagoas, a 147 km da capital. A polícia procura os irmãos Eronildo e Elinton Alves Barros, suspeitos do crime e que estão com prisão decretada pela Justiça. A mais nova vítima na guerra da família Ferro era primo e principal aliado político de Zé Nilton, inimigo número um de Cícero Ferro muito antes do atentado de janeiro de 2004. Os rivais da mesma família têm como chefes Cícero Ferro de um lado e Zé Nilton, de outro. Os dois brigam pelo controle político sobre o município de Minador do Negrão. A própria Secretaria de Defesa Social já admitiu à GAZETA que o assassinato de Jacó Ferro abre a forte ameaça de um conflito maior em Minador do Negrão. O diretor-geral da Polícia Civil, Roberto Lisboa, chegou a dizer que quando alguém quer matar por vingança, nem Deus pode evitar. Promessa no caixão Na noite da sexta-feira, Zé Nilton e dois filhos chegaram a Minador, por volta de meia-noite e meia, para acompanhar o velório de Jacó todos estão com prisão decretada há pelo menos um ano pelo atentado a Cícero Ferro. Um dos foragidos que também esteve no velório foi o filho de Jacó Ferro, Jackson Ferro. Diante do caixão do pai, Jackson jurou vingança. Sua morte não vai ficar assim, teria dito Jackson, ao tocar o corpo do pai, segundo relato de uma fonte ouvida ontem pela GAZETA. Para o grupo de Zé Nilton, o deputado Cícero Ferro tem ligação direta com o assassinato de Jacó Ferro. Durante o velório, a palavra de ordem na casa da vítima era vingança. Madrugada tensa Durante toda a noite da sexta-feira e madrugada de sábado, a tensão em Minador esteve um pouco mais elevada. Enquanto Zé Nilton, seus filhos e o filho de Jacó estavam dentro da casa acompanhando o velório, homens do grupo, todos armados, ficaram espalhados em vários pontos do município. Temendo a possibilidade de confronto, alguns membros da família pediam que Zé Nilton e os demais fossem embora logo, mas eles resistiram à idéia e ficaram no velório até por volta de 5h da manhã. Ninguém vai embora, a gente tá pronto para qualquer coisa, matar ou morrer, disse um dos integrantes do grupo. Mas nem todos foram embora ao amanhecer. Um filho de Zé Nilton e o filho de Jacó ficaram em Minador até o momento do enterro. Polícia ouviu boato O delegado regional de Palmeira dos Índios, Rosivaldo Villar, que participa das investigações sobre a morte de Jacó Ferro, disse que ouviu o boato de que Zé Nilton teria ido ao velório de Jacó Ferro. Isso está sendo dito na cidade, mas nós achamos pouco provável, disse o delegado. Segundo Villar, a cidade estava vigiada por homens da polícia na noite de sexta-feira. Mas ninguém estranho à família de Jacó Ferro chegou perto da casa onde acontecia o velório muito menos policiais. A informação sobre a presença de Zé Nilton em Minador também chegou aos ouvidos do deputado Cícero Ferro, ainda na noite de sexta-feira. Eu liguei para o secretário Robervaldo Davino e avisei. Ele [Davino] disse que mandaria homens para lá, afirmou o deputado, no começo da noite de ontem. Cícero Ferro reclama da Justiça e da polícia pelo fato de até hoje mais de um ano depois do atendo que sofreu os acusados continuarem soltos.