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Nº 5822
Política

P�blico impede audi�ncia sobre transposi��o

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Por | Edição do dia 03/02/2005 - Matéria atualizada em 03/02/2005 às 00h00

REGINA CARVALHO Manifestantes impediram,  ontem, a realização da audiência pública para discutir o  Estudo de Impacto Ambiental  do projeto de transposição das águas do Rio São Francisco, coordenado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis  (Ibama). Apesar do horário da reunião (à noite) e de “coincidir” com a semana que antecede o carnaval, diversos segmentos da sociedade alagoana lotaram a Praça Sinimbu, para protestar contra o projeto. Ainda faltavam mais de duas horas para o início da audiência, marcada para ocorrer no Espaço Cultural da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), quando houve o primeiro desentendimento entre a organização da audiência e manifestantes contrários ao debate. Seguranças, vestidos de preto, circulavam no Espaço Cultural, provocando reações de indignação dos que haviam chegado no local. “Essa é uma manifestação popular, não precisa de seguranças. Temos o direito de nos manifestar”, ressaltou o promotor de Justiça Alberto Fonseca. Contratados pela organização do evento para “preservar o patrimônio público”, os seguranças foram retirados do prédio depois que o Ministério Público ameaçou chamar a Polícia Federal (PF), caso eles continuassem intimidando os manifestantes. “Esse projeto vai enterrar o Rio São Francisco, que já está com todas as vazões disponíveis comprometidas”, alertava o promotor Alberto Fonseca. O presidente da Frente Nacional Contra a Transposição em Alagoas, deputado estadual Francisco Tenório (PPS), foi um dos primeiros a chegar na Praça Sinimbu, acompanhado do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Alagoas (OAB-AL), Marcos Mello. À medida que políticos discursavam, caravanas iam chegando ao Espaço Cultural da Ufal. Quando um grupo de pescadores e moradores de Penedo entrou no auditório em que ocorreria a audiência pública, os manifestantes agitaram bandeiras e gritaram palavras de ordem contra a transposição do São Francisco. Munidos de apitos e usando narizes de palhaço, manifestantes carregaram dois caixões, representando o enterro simbólico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes (PPS). Estudantes foram maioria no ato público e por algumas vezes vaiaram quando eram anunciados nomes de alguns políticos no recinto. O cancelamento da audiência foi comunicado pelo Ibama por meio de nota ao público, antes mesmo do horário marcado para o início dos debates, às 18h30. Na nota, o órgão alegou “obstáculos impostos” para a realização da discussão, lamentou o cancelamento e reafirmou sua convicção quanto à “importância do espaço de informação e participação da sociedade no processo de licenciamento ambiental”.

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