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Nº 5824
Política

Insatisfeito com Lessa, Celso Luiz pode trocar PSB pelo PMN

ODILON RIOS As articulações feitas pelo governador Ronaldo Lessa (PSB) visando às eleições de 2006 podem prejudicar seus planos de chegar ao Senado e continuar controlando o governo do Estado. Insatisfeito com as estratégias adotadas por Lessa, o preside

Por | Edição do dia 03/02/2005 - Matéria atualizada em 03/02/2005 às 00h00

ODILON RIOS As articulações feitas pelo governador Ronaldo Lessa (PSB) visando às eleições de 2006 podem prejudicar seus planos de chegar ao Senado e continuar controlando o governo do Estado. Insatisfeito com as estratégias adotadas por Lessa, o presidente da Assembléia Legislativa (ALE), deputado estadual Celso Luiz, deve deixar o PSB para ingressar no PMN. Apesar de o deputado negar as especulações, a GAZETA apurou que as negociações estão avançadas e têm até data marcada para se concretizar: 13 de fevereiro. E Celso não iria sozinho. Levaria consigo entre dez e 14 deputados estaduais, e de 20 a 30 prefeitos alagoanos. A possível entrada de Celso no PMN ocorreria três dias após o ingresso de Lessa no PDT e reforça a tese de um racha entre os dois, além de uma debandada de pessebistas rumo a outros partidos. O deputado estadual Cícero Amélio e o pastor Ildo Rafael, presidentes dos diretórios estadual e municipal do PMN, respectivamente, estariam atraindo Celso para o partido. Amélio não confirma a informação, mas foi ele o principal responsável pela reeleição de Celso à presidência da Casa Tavares Bastos para o biênio 2005-2006. O projeto de lei apresentado por Amélio, em agosto de 2003, mantendo o Poder Legislativo nas mãos de Celso Luiz, foi considerado polêmico, mas foi aprovado sem dificuldades. Tudo a ver Na última terça-feira, durante a solenidade de posse da Mesa Diretora, Celso Luiz falou da possibilidade de deixar o PSB e garantiu que caso isso acontecesse, não teria como destino o PDT, e sim “um partido pequeno”. Os motivos para a saída de Celso Luiz do PSB seriam o descontentamento do deputado com as articulações políticas para 2006, e o resultado das eleições municipais do ano passado – ele perdeu poder em algumas cidades e culpa a “desorganização” do PSB. Pelo andar da carruagem, Celso estaria sendo “colocado a escanteio” por Lessa. Por enquanto, o nome defendido pelo Palácio para o governo do Estado é o do senador Renan Calheiros (PMDB), podendo ter Celso Luiz como vice. Mesmo assim, Lessa não assume essa dobradinha em público. Mesmo sabendo dos planos de Celso Luiz, o secretário regional do PSB, Wellison Miranda, lançou ano passado o vice-governador Luis Abílio para o governo em 2006, gerando protesto por parte do presidente da ALE que exigiu diálogo na legenda. Celso foi então colocado como vice na chapa puro-sangue, mas, na época, declarou à GAZETA que “não abriria mão de ser governador”. Outro fator que tem deixado o presidente da ALE engasgado é o novo quadro configurado com a eleição de Renan Calheiros à presidência do Senado. Durante suas andanças pelo interior de Alagoas, Calheiros tem demonstrado maior interesse na presidência do Senado e em outros projetos federais, como a possibilidade ser vice do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma eventual reeleição do petista em 2006. Entretanto, Calheiros não deixaria de participar da sucessão estadual e lançaria o senador Teotonio Vilela Filho (PSDB) ao governo de Alagoas, enterrando de vez o sonho do presidente da ALE de se sentar na cadeira do Palácio Floriano Peixoto com o apoio de Lessa. “Se o Renan não sair candidato ao governo, posso apoiar qualquer outro candidato”, disse Celso Luiz ontem, por telefone. Questionado se a lista dos apoios incluía nomes da oposição ao governo estadual, ele foi categórico: “Sim, pode ser qualquer um. O governador é meu amigo”, tentou despistar o presidente da ALE Perguntado mais uma vez que se por acaso esses nomes fossem o do tucano Téo Vilela e o da secretária-executiva de Saúde e ex-prefeita de Maceió, Kátia Born, o presidente da ALE reagiu: “Não. Só aceito se for o Renan”. Kátia é outro nome que está sendo cavado nos bastidores do PSB para se lançar ao governo estadual em 2006. Celso Luiz embarcou no PSB, proveniente do PL, durante a campanha que reelegeu Lessa em 2002 e, se sair do partido, deve medir força política com o governador no interior do Estado. A GAZETA tentou localizar o pastor Ildo Rafael por meio dos seus telefones celulares, mas eles estavam desligados. De acordo com informações passadas pela secretária nacional do PMN, Delma Ribeiro, ele estaria viajando. Questionada sobre a possibilidade de o partido receber reforço em Alagoas, ela disse: “O Ildo me falou em dezembro de um deputado estadual que entraria no PMN, além de algumas lideranças, mas como conversamos rapidamente, não me lembro dos nomes”, disse por telefone. A secretária do partido ficou surpresa quando foi informada do dia 13 de fevereiro como possível data de filiação e o número de prefeitos e de deputados e estaduais que entrariam no PMN. “Que maravilha!”, disse. Ildo Rafael se lançou candidato à Prefeitura de Maceió no ano passado, mas desistiu da disputa três dias antes das eleições. Informações davam conta que ele havia “vendido” sua candidatura, mas Ildo negou as acusações.

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