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Nº 5822
Política

Desprestigiados, nanicos amea�am rebeli�o

REGINA CARVALHO Excluídos e desprestigiados. É assim se sentem dirigentes de partidos considerados “nanicos” ou “emergentes”, como preferem ser chamados, perante o governo Ronaldo Lessa (PSB). Sem cargos na administração estadual, eles esperam com ansie

Por | Edição do dia 06/02/2005 - Matéria atualizada em 06/02/2005 às 00h00

REGINA CARVALHO Excluídos e desprestigiados. É assim se sentem dirigentes de partidos considerados “nanicos” ou “emergentes”, como preferem ser chamados, perante o governo Ronaldo Lessa (PSB). Sem cargos na administração estadual, eles esperam com ansiedade as composições políticas visando 2006, para, quem sabe, chegarem ao poder pela porta da frente. Muitos dizem que ajudaram a eleger o grupo do PSB e ameaçam formar um chapão em oposição ao atual governo nas próximas eleições. Essa revolta partidária se deve às estratégias adotadas pelo governador nos últimos dias para aglutinar novas legendas e assim “fortalecer a base de sustentação política” para as eleições de 2006. Lessa, que será candidato ao Senado e pretende continuar controlando o governo, contemplou alguns partidos, como o Partido Verde (PV), Partido dos Trabalhadores (PT) e Partido Comunista do Brasil (PCdoB), deixando nanicos de orelha em pé. Para o presidente estadual do Partido Social Democrata Cristão (PSDC), Eudo Freire, os partidos “emergentes” não têm recebido o tratamento adequado, já que “ajudaram a eleger e reeleger” Lessa ao governo do Estado e Kátia Born à Prefeitura de Maceió. “Estamos insatisfeitos com o governador já há algum tempo. O rompimento nessa situação é inevitável”, ameaçou Freire. O presidente do PSDC ressalta que alguns partidos, antes considerados empecilhos na administração Lessa, passaram a ser contemplados com cargos. “É incrível ver hoje o PT recebendo apoio do governador. E por que tanta secretaria para o PV?”, reclamou Freire. O PSDC elegeu 19 vereadores em Alagoas e conta com 8.300 filiados. Apesar de não ter quase representatividade no Estado, Eudo Freire rejeita a alcunha de “emergente”, muito menos a de nanico. “O PSDC está no mesmo nível do PMDB. Emergente é o PSB”. Outro nanico insatisfeito é o Partido dos Aposentados da Nação (PAN). Sem cargos na administração Lessa e sem sequer ter sido “convidado para uma conversa” seu presidente, Gérson Guarines, considera a situação com o governo estadual instável. Considerando-se mais um desprestigiado, Guarines disse que o partido apoiou o governador Ronaldo Lessa no primeiro mandato e hoje vive a ver navios. “O governador embolou tudo e só está pensando no projeto dele. Quem imaginou que o PDT iria voltar a cair nas graças do governador?”, alfinetou o presidente do PAN. Lessa assina a ficha de filiação ao PDT neste dia 10, em Brasília. O PAN elegeu 12 vereadores em Alagoas, nenhum na capital. Com discurso mais moderado, o presidente do Partido Social Cristão (PSC), Armando Lobo, lembra que o partido apóia o governador desde que ele foi eleito prefeito de Maceió. Com dois cargos pequenos na administração de Lessa, Lobo disse que fará um levantamento de dados sobre a atuação do partido e entregará ao governador, com o intuito de ampliar a participação do PSC no governo. O PSC esteve no auge em Alagoas na década de 90, quando o então governador Geraldo Bulhões foi presidente do partido, que contava com três mil filiados. Hoje, o partido tem apenas 270 filiados na capital. “Mas todos vestem a camisa do partido, acreditam nele”, ressaltou o presidente do PSC. A direção estadual do Partido da Reedificação da Ordem Nacional (Prona) também está insatisfeita com o governo Lessa. Para o presidente regional da legenda, Ednaldo Simão, o PSB de Alagoas deve muito ao Prona. “Nas eleições em 2002, tivemos 49 mil votos na coligação federal, ajudando a eleger os deputados federais Givaldo Carimbão e Maurício Quintella. O governador tem consciência disso, mas até agora ele não tem prestigiado o nosso partido como deveria”, declarou. Atualmente, o Prona tem como filiado o deputado estadual Adalberto Cavalcante, que compõe a bancada governista na Assembléia Legislativa (ALE), e deve ir para o PDT. Tereza Cedrin foi a única prefeita eleita pelo Prona em Alagoas. O partido também elegeu 15 vereadores, sendo um na capital, o vereador Berg Holanda.

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