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Nº 5822
Política

Morte de Jac� p�e fam�lia Ferro em p� de guerra

LUIZA BARREIROS Enquanto a polícia tenta prender os irmãos Eronildo e Elinton Barros, apontados como autores materiais do assassinato do ex-presidente da Câmara Municipal e secretário de Administração de Minador do Negrão, Jacó Ferro, ocorrido no último

Por | Edição do dia 06/02/2005 - Matéria atualizada em 06/02/2005 às 00h00

LUIZA BARREIROS Enquanto a polícia tenta prender os irmãos Eronildo e Elinton Barros, apontados como autores materiais do assassinato do ex-presidente da Câmara Municipal e secretário de Administração de Minador do Negrão, Jacó Ferro, ocorrido no último dia 28, integrantes da mesma família Ferro trocam acusações sobre quem seria o mandante do crime. A filha mais velha de Jacó Ferro, Nadja Cardoso Ferro Lemos, 24 anos, diz que a família dela tem certeza de que os dois pistoleiros agiram a mando do deputado estadual Cícero Paes Ferro (PMDB), primo e maior inimigo político de seu pai. “Ele é o cabeça. É um bandido, o único responsável pela morte de meu pai”, disse. Segundo ela, o deputado “sempre teve ódio” de seu pai, e esse sentimento teria aumentado depois da eleição de 3 de outubro do ano passado, quando o novo prefeito Emílio Barros (PSB) – apoiado por Jacó Ferro – derrotou a mulher de Cícero Ferro, Eladja Ferro (PMDB) e se elegeu prefeito. “Meu pai foi quatro vezes vereador. O deputado comprou o PFL e deixou ele sem partido para disputar a eleição”, afirmou. “Mas quando chegou a eleição, além de ganhar a prefeitura, meu pai conseguiu que um leiteiro da fazenda dele fosse o vereador mais bem votado proporcionalmente no Estado, enquanto um irmão do deputado foi um dos menos votados na cidade”, disse ela, referindo-se a Wilson Ferro Barros (PSB), que obteve 1.208 votos, e a José Vicente Paes Ferro (PMDB), que só conseguiu 330 votos. Defesa O deputado se defende afirmando que a filha de Jacó Ferro quer atingi-lo politicamente com a acusação. E também parte para o ataque. Para Cícero Ferro, Jacó Ferro foi “vítima de queima de arquivo” e o mandante pode ter sido o próprio tio de Nadja, José Nilton Cardoso Ferro, de quem Jacó era aliado. Zé Nilton – que também é primo do deputado Cícero Ferro – está foragido da polícia e da Justiça há mais de um ano, sob acusação de ter comandado uma emboscada contra Cícero Ferro, em 31 de janeiro do ano passado. “Atribuo o crime do Jacó ao próprio povo dele”, disse Cícero Ferro. Segundo ele, sua afirmação tem como base uma suposta discussão entre Jacó Ferro e a filha de Zé Nilton, Valquíria Macedo Cardoso Ferro, que é a atual tesoureira da prefeitura de Minador. “Ela controla todo o dinheiro da prefeitura”, afirmou o deputado. Ainda segundo ele, Jacó teria dito em voz alta, no Banco do Brasil, que se Valquíria não liberasse o dinheiro dele [investido na campanha], ele iria botar “a boca no mundo”. “Não sei o que ele [Jacó] quis dizer com isso, mas soube que isso aconteceu”, insinuou o deputado. A versão do deputado é desmentida pelo prefeito Emílio Barros e por Nadja Ferro. “A Valquíria é uma irmã para mim e o tio Zé Nilton é muito mais irmão do meu pai que os quatro irmãos de sangue que ele tem juntos”, disse Nadja. Segundo ela, seu pai não poderia ser vítima de queima de arquivo. “Meu pai era um homem de bem. Quem está acostumado com queima de arquivo é bandido como o deputado”, contestou ela, demonstrando irritação.

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