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Nº 5822
Política

Renan Calheiros e Celso Luiz: entre a cruz e a espada

A operação que levou o governador Ronaldo Lessa ao PDT respingou no presidente da Assembléia Legislativa Estadual, deputado Celso Luiz (PSB). Na última semana, Celso reconheceu que vai pensar em sair do PSB a partir do meio do ano, deixando membros do

Por | Edição do dia 06/02/2005 - Matéria atualizada em 06/02/2005 às 00h00

A operação que levou o governador Ronaldo Lessa ao PDT respingou no presidente da Assembléia Legislativa Estadual, deputado Celso Luiz (PSB). Na última semana, Celso reconheceu que vai pensar em sair do PSB a partir do meio do ano, deixando membros do partido preocupados com os novos rumos do líder político do Sertão, braço direito de Lessa na eleição de 2002. Celso é responsável pela costura política em mais de 60 municípios onde os prefeitos, mesmo engasgados com o governador, votariam nele para o Senado graças a Celso Luiz. Considerado uma das lideranças mais expressivas do PSB, o presidente da Assembléia tem sido o fiel da balança nas crises desencadeadas por pessebistas, e não esconde seu sonho de sentar na cadeira do Palácio. Agora, com a saída de Lessa, o PSB começa a perder espaço em Alagoas, limitando sua liderança a três figuras: Celso Luiz, o vice-governador Luis Abílio e a secretária de Saúde e ex-prefeita de Maceió, Kátia Born. Kátia Born se lançou candidata a governadora, mas o PSB quer que ela seja candidata a deputada federal. O motivo seria a negativa de Celso em querer ser vice da ex-prefeita em 2006. Outro que pode ter seu destino político selado é o vice-governador, cotado para assumir uma vaga no Tribunal de Contas de Alagoas (TC). A vaga, neste caso, seria criada pela aposentadoria de um membro do tribunal, evitando que Abílio possa concorrer ao governo do Estado. Com a arrumação, sobra Celso Luiz, que abre mão da cabeça de chapa para ser o vice numa eventual candidatura do senador Renan Calheiros (PMDB) ao governo – que pode não haver com a eleição de Renan para presidente do Senado. Além disso, o problema é que, pelo menos por enquanto, nos corredores do Palácio, estaria sendo descartada a idéia de Celso como vice do peemedebista. Isso porque dois partidos aliados querem a vaga de vice em 2006 com Renan: o PT e o PSDB, o último sem definição sobre sua situação perante Lessa, depois de praticamente ser expulso do governo estadual. Com a virtual eleição de Renan à presidência do Senado, Lessa pode ser obrigado a “engolir” o senador tucano Teotonio Vilela Filho, apoiado por Renan, e terá de enfrentar um dilema: rachar com Renan e seguir Celso ou esquecer Celso, que acabaria migrando para um partido pequeno, levando um bloco de aliados do governo Lessa. Ninguém, pelo menos por enquanto, arrisca uma resposta. (OR)

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