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Nº 5824
Política

Lessa ingressa no PDT hoje com Maur�cio Quintella e Jurandir B�ia

ODILON RIOS Após 20 anos de militância no PSB, o governador Ronaldo Lessa aterrissa hoje no PDT, levando a tiracolo o secretário de Educação, Maurício Quintella, e o deputado federal Jurandir Bóia. A solenidade de filiação será realizada às 14 horas, na

Por | Edição do dia 10/02/2005 - Matéria atualizada em 10/02/2005 às 00h00

ODILON RIOS Após 20 anos de militância no PSB, o governador Ronaldo Lessa aterrissa hoje no PDT, levando a tiracolo o secretário de Educação, Maurício Quintella, e o deputado federal Jurandir Bóia. A solenidade de filiação será realizada às 14 horas, na sede do PDT, em Brasília, e coincidirá com a eleição dos novos líderes do partido no Congresso Nacional. O senador Osmar Dias (PR) e o deputado federal Severiano Alves (BA) substituem o senador Jefferson Péres (AM) e o deputado federal Pompeo de Matos (RS). Em Maceió, a “revoada” deve ocorrer no dia 18, e o PDT promete uma “grande festa” na capital alagoana, para receber vereadores e prefeitos tanto do PSB como de outras legendas aliadas de Lessa no governo estadual. Os partidos que formam a base do Palácio Floriano Peixoto são o PT, PV, PCdoB, PCB e PL. Nos bastidores, prefeitos filiados ao PSDB e ao PMDB também estão na lista para migrar para o PDT. São políticos ligados ao presidente da Assembléia Legislativa, deputado Celso Luiz (PSB), que comanda mais de 20 municípios voltados para o projeto político de Lessa. Os membros terão a missão de reorganizar o PDT alagoano, em vias de extinção após a saída do prefeito Cícero Almeida (sem partido). O PDT está sem sede e sem telefone fixo. As reuniões partidárias ocorrem na casa do presidente dos diretórios estadual e municipal do PDT, Geraldo Sampaio, ou na TV Alagoas, que pertence à família Sampaio. As novas filiações partidárias ocorrem em tom de protesto no PSB e em clima de expectativa no PDT. Enquanto no PSB uma minoria ainda tenta evitar a saída do governador, no PDT, lideranças nacionais aguardam de Lessa a mudança de discurso em relação ao governo federal. Lessa é aliado de Lula e assumiu, há duas semanas, que entra no PDT como “companheiro” do presidente. “Quero que o Ronaldo fique para demonstrar as divergências internas no partido”, disse ontem o vice-presidente do PSB no Rio Grande do Sul, Juliano Paz. Ele montou na internet um blog intitulado “Manifesto Fica Ronaldo Lessa” e diz contar com o apoio de militantes partidários no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará. Também ontem, o senador Osmar Dias (PR), que assume hoje a liderança do PDT no Senado, voltou a dizer, por telefone, que o governador alagoano “precisa estar atento” quanto à posição do partido em relação ao governo federal. “Qualquer liderança no partido deve saber que o PDT faz oposição responsável ao governo Lula”, afirmou. Lessa trocou o PSB pelo PDT usando como discurso o fortalecimento das esquerdas no Nordeste, mas jura que continuará a ser aliado do presidente Lula, apesar de o partido andar do lado oposto. O governador também almeja ocupar um cargo de liderança nacional no PDT, o que não conseguiu no PSB por causa de desavenças com o presidente nacional da legenda, Miguel Arraes (PE). O confronto direto com Arraes deixou o governador alagoano sem nenhum cargo considerado de destaque no PSB nacional, causando-lhe insatisfação. Mesmo deixando o PSB, Lessa mantém a intenção de controlar a sigla em Alagoas. Tanto é que ele deixou no comando do partido o vice-governador Luis Abílio de Sousa e a secretária-executiva de Saúde e ex-prefeita de Maceió, Kátia Born. Debandada No PSB, ainda é impreciso o número de membros que vai para o PDT. Segundo o 1º secretário estadual do PSB, Anselmo Oliveira, pelo menos 15 lideranças estaduais deixarão o partido, entre prefeitos e vereadores. “Serão poucos os que sairão do PSB e estão sem mandato”, disse Oliveira, sem precisar a quantidade exata. Nas contas da vice-presidente do PSB, Kátia Born, quatro prefeitos vão sair da sigla. Na semana passada, o governador sustentava que sairiam do PSB mais de dez prefeitos. O mistério em torno dos números também atinge os pessebistas no primeiro e segundo escalões do governo: até onde se sabe, assinarão a ficha no PDT a secretária da Célula de Articulação, Fátima Borges, e a diretora do Procon, Wedna Miranda. O secretário regional do PSB, Wellisson Miranda, também sai do PSB e se filia ao PDT. O diretor-superintendente do Sebrae alagoano, Marcos Vieira, sai do PSB mas espera uma definição do governador quanto ao seu destino político. Segundo Miranda, os secretários de Estado serão os últimos a ser consultados sobre a saída do PSB e o ingresso no PDT. O vice-governador e presidente do PSB alagoano, Luis Abílio, o secretário Especializado Regional Metropolitano, Alberto Sextafeira, e o gestor de Articulação Colegiada, Pedro Alves, ficam no PSB, tentando evitar o esvaziamento da legenda em Alagoas após a saída do governador. Legislativo Na Assembléia Legislativa, o clima é de indefinição. Os deputados estaduais Sérgio Toledo, Maria José Viana e Dudu Albuquerque ainda não decidiram se saem ou se ficam no PSB; o deputado Marcos Ferreira, segundo Lessa, não vai deixar o partido. O presidente da Assembléia, Celso Luiz, ameaçou sair do PSB, mas os pessebistas anunciaram que ele fica no partido. Na Câmara dos Vereadores, o único a sair do PSB é Marcos Alves, que leva parte de sua família de políticos (incluindo prefeitos) para o PDT. Com a saída de Alves, o PSB fica com um único vereador, Gerônimo Ciqueira, integrante da Mesa Diretora da Casa.

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