Política
Oposi��o cobra plano de governo de Almeida na 1� sess�o do ano

MARCOS RODRIGUES A abertura dos trabalhos legislativos na Câmara Municipal de Maceió, ontem, foi marcada pela cobrança feita pelo vereador Judson Cabral (PT) do plano de governo do prefeito Cícero Almeida (sem partido). O petista quebrou o clima festivo armado pela Casa e pela assessoria de Almeida, que enviou quase todos os secretários. É preciso deixar claro, prefeito, que faço essa cobrança baseado no regimento da Casa e na Lei Orgânica do Município, que define a apresentação do plano de governo em sua primeira sessão, disse Cabral, citando a Lei. A fim de justificar a cobrança, Cabral disse que fez o mesmo com a gestão da ex-prefeita Kátia Born (PSB). Embora crítico, o petista reconheceu os problemas de infra-estrutura da cidade e os baixos números do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O prefeito evitou responder diretamente à provocação do vereador do PT e disse que compreende o seu papel de opositor. Quero que todos aqui saibam que sei que não existe democracia sem oposição. Mas saibam também que irei procurar trabalhar em harmonia, enfatizou Almeida, dizendo-se preparado para as críticas. Contando com 15 dos 21 vereadores, Almeida sabe que será fácil aprovar matérias do interesse de sua gestão. Nessa linha se pronunciaram os vereadores José Márcio (PTB), Fátima Santiago (PTB) e Dudu Hollanda (PTB). Estamos aqui com a missão de respaldar os projetos dessa gestão, definiu Hollanda. Reforma Dos projetos prometidos pelo prefeito, o da reforma administrativa é o que mais chama a atenção dos governistas e opositores. A desinformação ainda marca o caminho das discussões. Um exemplo foi dado pelo vereador governista Dudu Hollanda. Ao se referir ao texto da reforma, ele disse que o procurador-geral do município ainda está concluindo os trabalhos. Essa etapa, porém, já foi superada. Segundo o secretário de governo, Max Trindade, a reforma já vive sua fase de simulação em algumas secretarias. O processo está caminhando com ritmo próprio. O que posso adiantar é que já há setores que vêm experimentando as mudanças, adiantou Trindade sem apontar os segmentos contemplados. Segundo ele, a Procuradoria Geral do Município e a Secretaria de Finanças estão acompanhando o processo passo a passo. Max Trindade disse que as etapas posteriores à simulação envolvem a análise jurídica da efetivação das mudanças e uma avaliação dos custos. O eixo principal dos ajustes é cortar gastos e, principalmente, deixar a máquina mais eficiente, definiu o secretário de governo. Arrumação Se de um lado Max demonstrou tranqüilidade com os primeiros dias de governo, Almeida reclamou da falta de informações de alguns setores. Isso ainda existe, mas esperamos concluir todos os levantamentos o mais rápido possível, disse o prefeito. Na avaliação do prefeito, não existe um prazo pré-determinado para o envio do projeto para a Câmara. O Executivo pretende enviar a mensagem para a apreciação com o mínimo de pontos pendentes. Enquanto o projeto de reforma administrativa não chega à Câmara Municipal, a oposição atua com o que tem. Como um dos primeiros atos administrativos do prefeito foi o veto às emendas apresentadas ao Orçamento Geral de 2005, na próxima sexta-feira será realizada uma sessão pública para discutir o assunto. A expectativa da oposição é que o Executivo envie representantes para justificar os vetos. Queremos que o governo explique o porquê da necessidade dos cortes que foram feitos, cobrou Judson Cabral, falando em nome do bloco da oposição. Almeida confirmou a presença de representantes da prefeitura para a primeira sessão pública do ano.