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Caso Jac� Ferro: deputado presta depoimento

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ro Ferro (PMDB) foi ouvido ontem no inquérito que apura o assassinato do ex-presidente da Câmara Municipal e secretário de Administração de Minador do Negrão, Jacó Ferro, fuzilado com sete tiros no último dia 28 de janeiro, na BR-316, em Estrela de Alagoas. O deputado foi ouvido porque, nos depoimentos prestados por familiares da vítima, foi apontado como sendo mandante do crime. Apesar de ser primo legítimo de Jacó Ferro, o deputado era seu inimigo político. Ouvido pela GAZETA no dia do assassinato, Cícero Ferro negou envolvimento no crime e disse que seu desentendimento com o primo se restringia ao “campo político”. Ferro foi ouvido em sua residência, em Maceió, pelo presidente do inquérito, delegado André Avancinni, e pelo delegado Regional de Palmeira dos Índios, Rosivaldo Villar. Apesar de confirmar o depoimento, o delegado Avancinni não informou o conteúdo do que foi perguntado pela polícia ou respondido por Ferro, alegando a existência de uma decisão da Justiça que decretou o sigilo do inquérito policial. Acusações Antes de ouvir Cícero Ferro, o delegado ouviu a viúva de Jacó Ferro, a ex-prefeita de Minador, Socorro Cardoso Ferro, e outros parentes da vítima. Também foram ouvidos depoimentos de familiares dos irmãos Eronildo e Elinton Alves Barros, apontados pela polícia como sendo os executores do ex-vereador. Os dois estão foragidos e com a prisão preventiva decretada pela Justiça. Ligado ao deputado Cícero Ferro, Eronildo havia sido preso em outubro do ano passado, sob acusação de porte ilegal de arma. Ele era suspeito de ter assassinado o agricultor Ednilson Teixeira Alves, ligado ao grupo político de Jacó Ferro. No momento da prisão, Eronildo Barros culpou Jacó Ferro e o ameaçou, dizendo diante dos policiais que Jacó iria “pagar” pelo que ele estava passando. Para a polícia, Eronildo se tornou o suspeito número um depois que as pessoas que estavam com Jacó Ferro no momento do assassinato descreveram o tipo físico dos matadores (eles usavam capacete) e a compleição física do autor dos disparos bateu com a de Eronildo. Além disso, ele e o irmão não foram encontrados em casa após o assassinato e a esposa de um deles depôs afirmando que eles saíram da residência na mesma motocicleta vermelha utilizada pelos matadores do ex-vereador. Em entrevista à GAZETA, a filha de Socorro e Jacó Ferro, Nadja Cardoso Ferro Lemos, 24 anos, afirmou que a família dela “tinha certeza” de que os dois pistoleiros agiram a mando do deputado estadual Cícero Ferro, primo e maior inimigo político de seu pai. “Ele [o deputado] é o cabeça. É um bandido, o único responsável pela morte de meu pai”, disse ela na entrevista à GAZETA, na qual afirmou que Eronildo e Elinton Barros seriam “pistoleiros” e “capangas” a serviço de Cícero Ferro. Na mesma entrevista, a filha de Jacó Ferro disse que o deputado “sempre teve ódio” de seu pai, e esse sentimento teria aumentado depois da eleição de 3 de outubro do ano passado, quando o novo prefeito Emílio Barros (PSB) – apoiado por Jacó Ferro – derrotou a esposa de Cícero Ferro, Eladja Ferro (PMDB). Na mesma matéria, Cícero Ferro respondeu às acusações da filha de Jacó, negou envolvimento no crime e disse que Jacó Ferro foi morto por “queima de arquivo” e que o mandante pode ter sido o próprio tio de Nadja, José Nilton Cardoso Ferro, de quem Jacó era aliado. José Nilton é acusado pelo atentado ao deputado Cícero Ferro, ocorrido em 31 de janeiro do ano passado, e está foragido da Justiça há mais de um ano. Em relação ao dois acusados, o deputado negou que Eronildo e Elinton Barros fossem seus seguranças. “Eles são meus eleitores, amigos e freqüentam a minha casa, mas nunca trabalharam para mim como motorista nem segurança”, afirmou. Ontem, o deputado Cícero Ferro confirmou ter prestado depoimento à polícia e disse que repetiu ao delegado tudo que já havia afirmado à GAZETA, principalmente no que diz respeito à possibilidade de Jacó Ferro ter sido vítima de queima de arquivo. Inquérito O delegado André Avancinni disse ontem que pretende remeter o inquérito do caso Jacó para a Justiça na próxima semana. Mas ele adiantou que deverá solicitar ao juiz da Vara Criminal de Palmeira dos Índios, Luciano Andrade, prorrogação do prazo para conclusão do inquérito. “A prorrogação é necessária para que haja tempo para concluir algumas investigações que ainda estão em andamento”, explicou o delegado. Até ontem, a polícia ainda não tinha informações sobre o paradeiro dos dois acusados no crime.

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