loading-icon
MIX 98.3
NO AR | MACEIÓ

Mix FM

98.3
sexta-feira, 11/07/2025 | Ano | Nº 6008
Maceió, AL
25° Tempo
Home > Política

Política

NUNCA FOI TÃO URGENTE RETOMAR COOPERAÇÃO NA AMAZÔNIA, DIZ LULA

Em seu discurso de abertura de cúpula, o presidente brasileiro se referiu à Amazônia como patrimônio comum dos países da região

Ouvir
Compartilhar
Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Whatsapp
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva: “Precisaremos conciliar a proteção ambiental com a inclusão social”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva: “Precisaremos conciliar a proteção ambiental com a inclusão social” -

Brasília, DF – Ao abrir a Cúpula da Amazônia, em Belém, nesta terça-feira (8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva citou o que chamou de “severo agravamento da crise climática” e avaliou que nunca foi tão urgente retomar e ampliar a cooperação entre países da região.

Em sua fala, Lula se referiu à Amazônia como patrimônio comum desses países e lembrou que, desde a assinatura do Tratado de Cooperação da Amazônia, em 1978, os chefes de Estado só se encontraram três vezes, em 1989, em 1992 e em 2009 – todas em Manaus.

“Há 14 anos que não nos reuníamos. É a primeira vez que o fazemos aqui no Pará e a primeira vez num contexto de severo agravamento da crise climática. Nunca foi tão urgente retomar e ampliar essa cooperação. Os desafios da nossa era e as oportunidades que surgem demandam ação conjunta.”

Segundo Lula, a reunião de países-membros deve gerar três grandes propostas, incluindo discutir e promover uma nova visão de desenvolvimento sustentável e inclusivo na região, combinando a proteção ambiental com a geração de empregos dignos e a defesa dos direitos de quem vive na Amazônia.

“Precisaremos conciliar a proteção ambiental com a inclusão social, o fomento à ciência tecnológica e a inovação, o estímulo à economia local, o combate ao crime internacional e a valorização dos povos indígenas e de comunidades tradicionais e seus conhecimentos ancestrais.”

Em segundo lugar, de acordo com o presidente, estão medidas para o fortalecimento da Organização do Tratado de Cooperação na Amazônia (OTCA), classificada por ele como um legado construído ao longo de quase meio século e o único bloco do mundo que nasceu com uma missão socioambiental.

“Finalmente, fortaleceremos o lugar dos países detentores de florestas tropicais na agenda global em temas que vão do enfrentamento à mudança do clima à reforma do sistema financeiro internacional. O fato de estarmos todos juntos aqui, governo, sociedade civil e academia, estados e municípios, parlamentares e lideranças reflete a nossa intenção de trabalhar por esses três grandes objetivos.”

“São muitas as Amazônias que estão representadas aqui. Da Bolívia, do Brasil, da Colômbia, do Equador, da Guiana, do Peru, do Suriname e da Venezuela. Em seu conjunto, essas Amazônias abrigam muitas outras. Da floresta e das cidades, dos trabalhadores, das mulheres e dos jovens, dos povos indígenas e das comunidades tradicionais, da cultura, da ciência e dos saberes ancestrais”, concluiu.

DESMATAMENTO

Ao mencionar que quer compartilhar benefícios dos seus esforços com vizinhos amazônicos, Lula reforçou feitos recentes, como a queda de mais 40% do desmatamento na Amazônia nos primeiros sete meses do governo -e também de suas gestões anteriores.

“Entre 2004 e 2012, reduzimos o desmatamento na Amazônia em 83% e evitamos que 4 bilhões de toneladas de CO2 fossem emitidas na atmosfera. Essa foi a maior contribuição feita por um país para redução dos gases de efeito estufa oriundos do desmatamento até hoje”, disse.

O presidente ainda criticou o antecessor, lembrando a política de desmonte ambiental conduzida por Jair Bolsonaro (PL).

“Na tribuna da ONU, o Brasil ressuscitou noções de um nacionalismo primitivo e responsabilizou – índios e caboclos – pelas queimadas provocadas pela ação humana. Nos tornamos um pária entre as nações e nos afastamos de nossa própria região”, declarou, sobre o período bolsonarista.

O QUE É A CÚPULA

Na quarta-feira (9), o encontro deve receber líderes de outros países florestais, como República do Congo, Indonésia, República Democrática do Congo, além de diplomatas dos países doadores do Fundo Amazônia, Alemanha e Noruega.

A Cúpula da Amazônia tem o objetivo inicial de discutir questões socioambientais entre os países amazônicos.

A ideia do encontro foi apresentada pelo então presidente eleito Lula em discurso feito no ano passado durante a COP27, em Sharm El-Sheikh, no Egito. Em abril deste ano, houve a concretização da ideia com o agendamento do evento.

Relacionadas