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Nº 5587
Política

LÍDER MERCENÁRIO QUE DESAFIOU PUTIN NA RÚSSIA MORRE EM QUEDA DE AVIÃO

Líder do grupo Wagner era um dos passageiros do avião que caiu ontem perto de Moscou

Por Folhapress | Edição do dia 24/08/2023 - Matéria atualizada em 24/08/2023 às 04h00

Exatos dois meses depois de comandar um motim de seu grupo mercenário Wagner contra a cúpula militar do governo de Vladimir Putin, Ievguêni Prigojin morreu na queda de um de seus jatos executivos nesta quarta (23), perto de Moscou.

Aliados do empresário de 62 anos, no canal do Telegram ligado ao Wagner Greyzone, acusaram Moscou pela morte. Dizem, a partir de um vídeo gravado por moradores que circula em redes sociais, que o jato foi abatido, o que a esta altura não é passível de comprovação.

O episódio ocorreu na noite desta quarta (tarde no Brasil) na rota que o jato de fabricação brasileira Embraer Legacy 600 fazia entre Moscou e São Petersburgo, um dia depois de Prigojin reaparecer em suas redes sociais com um vídeo que teria sido gravado durante operações do Wagner na África.

Segundo o Ministério das Situações de Emergência, a lista de pessoas a bordo tinha três tripulantes e sete passageiros, incluindo o líder mercenário. Mas o primeiro relato do órgão sobre as buscas afirma que só foram encontrados oito corpos nos escombros. Sete foram identificados pela Autoridade de Aviação da Rússia: além de Prigojin, morreu na queda o principal comandante militar do Wagner, Dmitri Utkin.

O vídeo nas redes mostra o aparelho em chamas caindo, e foi georreferenciado por canais especializados. O que não se sabe é o que ocorreu: uma explosão por bomba, defeito catastrófico ou míssil adversário.

O jato tinha matrícula RA-02785 e desde 2019 estava sob sanção dos Estados Unidos por ser considerado de propriedade de Prigojin, que era um aliado próximo de Putin. Ele foi visto embarcando na aeronave diversas vezes, inclusive quando foi para a Belarus após o motim fracassado no final de junho.

O episódio nunca foi explicado totalmente, com várias contradições em seu curso. Será, contudo, difícil para o Kremlin evitar as acusações de queima de arquivo com a morte de Prigojin e seu principal braço-direito militar.

Também nesta quarta, um dos principais generais russos, Serguei Surovikin, conhecido como “general Armagedom”, foi demitido da chefia das Forças Aeroespaciais depois de uma nebulosa investigação acerca de suas ligações com Prigojin e o motim, embora ninguém comente isso oficialmente na Rússia.

Na semana passada, um general acusado pelo opositor Alexei Navalni de ter gerenciado a construção de um palácio para Putin, que estava preso, morreu, assim como um coronel ligado ao alto escalão militar, por suspeita de envenenamento, o que levou a especulações acerca de uma ação coordenada.

Ao longo dos anos, rivais de Putin, em especial políticos rivais como Boris Nemtsov, morto a tiros em 2015, e jornalistas como Anna Politkovskaia, executada em 2006, tiveram mortes violentas ou misteriosas. Desde o início da Guerra da Ucrânia, ao menos 12 executivos de destaque tiveram tal destino.

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