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Novo prefeito de Roteiro n�o acredita em “golpe” pol�tico

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MARCOS RODRIGUES A cidade de Roteiro parecia ontem ter retomado à normalidade depois da renúncia, na semana passada, do prefeito Wladimir Brito (PMDB). O novo prefeito, o ex-vice Edvaldo dos Santos Ribeiro, empossado na última quinta-feira, diz não acreditar que possa sofrer um “golpe” para que o presidente da Câmara Municipal, vereador Damião Amâncio (PMDB), assuma o seu lugar. Segundo Edvaldo, o grupo político que comanda a cidade é o mesmo que também está na Câmara. “Nós contamos com o apoio dos nove vereadores. Todos são do nosso grupo. Acho que não terei problemas”, disse confiante o prefeito. Edvaldo tomou posse na quinta-feira, depois que o prefeito eleito, Wladimir Brito (PMDB), comunicou, por meio de uma carta, sua renúncia ao cargo de prefeito antes de concluir o segundo mês do mandato. Entre as razões para a renúncia estaria o fim do romance de Wladimir com a ex-prefeita do município, Maria Helena Jatobá. Os dois mantiveram um relacionamento público quando ela ainda ocupava o cargo de prefeita. Mas, para evitar problemas com a legislação eleitoral, os dois se afastaram durante a campanha. O ex-prefeito voltou a ser visto com a ex-prefeita depois de sua eleição, mas, segundo fontes, “não era a mesma coisa”. Wladimir, além de se relacionar com Maria Helena Jatobá, era secretário de Administração de seu governo. Ele era seu personal-trainer antes disso, e acabou sendo o candidato apoiado por ela. Articulação A informação de que o prefeito empossado pode vir a ser afastado tem circulado nos bastidores da cidade. Os moradores que se encorajam a falar do assunto o fazem sem querer dar maiores detalhes. O beneficiado com a articulação para afastar Edvaldo seria o presidente da Câmara de Vereadores, Damião Amâncio. Por ser motorista do empresário Nivaldo Jatobá, ex-prefeito de São Miguel dos Campos, ele é tido na cidade como alguém com “mais poder” que muitos políticos. Foi o atual presidente da Câmara quem deu posse ao prefeito Edvaldo dos Santos, na última quinta-feira. A GAZETA circulou pela cidade de Roteiro para obter maiores informações sobre as atividades do vereador Damião Amâncio. Mas uma mistura de medo e desconfiança impede a maioria dos moradores de se posicionar. “Só sei que ele [Damião] pode, sim, ser o prefeito. Principalmente depois do que aconteceu”, comentou um comerciante que evitou se identificar. Versões Entre os moradores, duas versões circulam para o afastamento de Wladimir da prefeitura. A primeira é a de que ele teria terminado o relacionamento com a ex-prefeita e isso desagradou ao grupo político. A outra é de que Wladimir teria tido problemas particulares envolvendo sua família. Wladimir não aparece na cidade desde que começaram a circular rumores de sua renúncia. Em Roteiro, o assunto é dado como encerrado. De diferente, na cidade, só a presença da imprensa. /// Sem renda, município aposta em petróleo Distante 78 km de Maceió, a cidade de Roteiro só conta com duas fontes de renda: o ICMS pago pela comercialização da cana-de-açúcar e os recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A receita do município oscila entre R$ 300 mil e 350 mil. Segundo o prefeito Edvaldo dos Santos, existe a possibilidade de mais uma fonte de renda. “Nosso sonho é que as perfurações dos poços da Petrobras confirmem a presença de petróleo”, revelou o prefeito. Edvaldo diz saber dos desafios que terá pela frente por ser da cidade, ao contrário do ex-prefeito Wladimir Brito, que é pernambucano. Vereador de dois mandatos, antes de assumir a prefeitura Edvaldo acumulava duas secretarias municipais: Administração e Assuntos Urbanos. “Conheço a situação da cidade. Por isso quero apoio para trabalhar pela sua melhoria. Isso inclui os dois acessos da cidade e a formação de jovens para criar oportunidades de emprego”, disse o prefeito. O acesso à cidade de Roteiro é feito por entre uma plantação de cana pertencente ao empresário Nivaldo Jatobá. Os 13 km que separam a cidade do acesso pela AL-101 sul, para quem vai a partir de Maceió, não tem asfalto. Somente próximo à sede do município é possível encontrar pontos com o que um dia foi uma pista. Desemprego O desemprego é outro problema que afeta o município. A economia sobrevive do dinheiro proveniente da indústria da cana. Todas as pessoas envolvidas com o corte só têm emprego por seis meses. Para combater esta realidade, está nos planos do prefeito a exploração do turismo na cidade, já que a cidade é cortada pela Lagoa do Roteiro. A proposta é integrar a cidade aos roteiros turísticos que levam para o litoral sul do Estado. Os serviços de saúde do município são oferecidos no único posto existente. O prefeito tenta garantir, nos finais de semana, a presença de um médico plantonista. Os casos de doença considerados graves seguem todos para a cidade vizinha de São Miguel dos Campos. De lá, se for o caso, o deslocamento é feito para Maceió. “No momento, o que posso fazer é garantir transporte para que isso ocorra. Temos uma ambulância e estou conseguindo mais uma”, adiantou o prefeito. Enquanto as mudanças não ocorrem, os moradores vivem em compasso de espera. A cena mais comum é encontrar jovens e idosos reunidos nas praças e esquinas da cidade. (MR)

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