Indiferentes até o momento ao assédio das chapas e dos candidatos, o PFL e o PPB devem marchar juntos nas eleições de Alagoas. Foi o que disse ontem o deputado federal Augusto Farias, presidente regional do PPB. De acordo com ele, além da conveniência que une os dois partidos no âmbito da eleição proporcional (formação de uma chapa mais forte para a Câmara Federal), as legendas terão 10 minutos na propaganda gratuita do rádio e da televisão, o que as coloca no centro das discussões políticas no Estado. “Estou mantendo contatos com o presidente regional do PFL, deputado Thomaz Nonô. As convenções que vão homologar as coligações vão até 30 de junho e, por hora, estamos amadurecendo a idéia”, disse Farias. A tendência dos dois partidos é tomar uma decisão conjunta inclusive no que se refere à eleição de governador. “Acredito que apoiaremos um candidato. Não podemos desperdiçar dez minutos de televisão apenas com a eleição proporcional” , acrescentou. No caso da eleição presidencial, o PPB já tomou uma decisão, que é não apoiar candidato. Tal posição, manifestada pela maioria dos diretórios regionais, visa deixar o partido livre para as coligações nos Estados. Decisão O mesmo desejo vem sendo manifestado pelos diretórios regionais do PFL, entre eles o de Alagoas. Mas o partido só anunciará uma decisão final a esse respeito no fim de maio. A consulta feita pelo Diretório Nacional nos Estados e municípios praticamente sepultou uma aliança com o PSDB, caso os tucanos mantenham a candidatura de José Serra. O deputado Thomaz Nonô disse que o PFL está em situação boa no Estado porque, além de tempo de televisão, tem chapas para a Câmara Federal e a Assembléia Legislativa fáceis de acomodar em qualquer coligação. “Estamos abertos ao diálogo e dando tempo ao tempo”, enfatizou. Ele confirma a aproximação do seu partido com o PPB, explicando que já existe precedente de união entre as duas legendas. Na próxima semana, Nonô e Farias terão uma reunião decisiva. O presidente do PFL também reiteirou a posição de ter um candidato a governador em Alagoas. Ele continua aguardando uma definição do PSDB sobre o lançamento do empresário João Tenório. Se a candidatura não se concretizar, o partido buscará apoiar outra. “O PFL fará uma campanha de oposição. Me sentirei constrangido se não houver um candidato. Mas haverá”, acrescentou. Na avaliação de Augusto Farias, o quadro das alianças em Alagoas, que já esteve quase costurado e depois ruiu por causa da verticalização, pode apresentar novas surpresas. “Soube que vai acontecer algo importante”, afirmou. Mas para não comprometer o andamento dos fatos, o deputado não revelou o que é.