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Nº 5759
Política

MORADORES COBRAM EXPLICAÇÕES E INDENIZAÇÕES

Por causa das rachaduras nos imóveis, algumas famílias abandonaram suas casas; outras fazem reparos improvisados

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 02/09/2023 - Matéria atualizada em 02/09/2023 às 04h00

A maioria das casas que ficam em comunidades próximas à mina Serrote, da empresa Vale Verde, tem rachaduras por todos os lados. Algumas famílias abandonaram os imóveis. Quem não tem alternativa tenta conter o aumento das rachaduras com improvisações de alvenaria. Um deles é o agricultor Gilvan José da Silva. “Minha casa rachou toda por causa dos tremores de terra provocados pelas explosões da mineradora”, diz o agricultor.

Outro morador da zona rural revoltado com a situação é o agricultor Givaldo Agrepino. Ele mostrou rachadura na casa toda. “As paredes começaram a rachar e o chão afundou quando iniciaram as explosões há três anos”.

Ele e outros vizinhos cobraram indenização. “A mineradora disse que não vai indenizar ninguém e acusa que os imóveis que foram mal construídos. Minha casa é nova e está desse jeito [toda rachada]”, disse o agricultor, que é um dos que entraram com a Ação Civil Pública para cobrar indenização”. Ele confirmou que as explosões continuam e a terra treme.

ARAPIRACA

No parque residencial Brisa do Lago e nas comunidades vizinhas ao local do epicentro dos tremores de terra, no Vale da Perucaba e Olho d’Água dos Cazuzinhas, em Arapiraca, duas casas racharam e muita gente saiu correndo os imóveis nos dias dos tremores. A população está assustada.

A dona de casa Edvânia da Silva disse que sentiu a casa dela tremer forte. “Teve um dia que foi muito forte (dia 25 passado). Tremeu tudo. Foi muito rápido”.

Outra que sentiu foi a dona de casa Marinalva Soares. “Estava com meu filho e meus netos em casa, quando começou a tremer tudo. Saímos para rua”. A agricultora Wiliane Virtuoso estava no Posto de Saúde da comunidade quando ela, os médicos e enfermeiros sentiram o tremor. “Quando o chão e tudo começou a tremer, os médicos, enfermeiros e as pessoas que esperavam atendimento ficaram sem entender nada. Todo mundo ficou com medo e a gente ainda não sabe o que está acontecendo”, disse a agricultura, assustada.

OUTRO LADO

Ao ser novamente questionada, a Mineradora Vale Verde (MVV) manteve a negativa de envolvimento com os abalos em Arapiraca. Por meio da assessoria de comunicação, divulgou novamente a nota oficial sobre o caso. “Vem por meio desta nota oficial dizer que os recentes tremores de terra sentidos em Arapiraca-AL não têm nexo causal com os desmontes [explosões] controlados da empresa”.

Ainda segundo a empresa, “os desmontes são preferencialmente agendados para ocorrer às quintas-feiras, por volta de 12h (meio-dia). Essa escolha foi feita em consenso com as comunidades locais, com vistas ao menor impacto possível e garantindo que a população seja sempre devidamente informada antes e após cada evento”.

A nota concluiu dizendo que “a MVV mantém o compromisso contínuo de transparência e comunicação fluida com as comunidades anfitriãs, mantendo-se aberta ao diálogo com todas as partes interessadas e tendo a segurança como seu principal valor”.

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