Política
Ap�s eleitos, petistas rompem com partido

MARCOS RODRIGUES O Partido dos Trabalhadores (PT) elegeu nas últimas eleições 24 vereadores. Destes, pelo menos três já deixaram a legenda por não se adequarem aos princípios partidários de organização. As primeiras baixas petistas ocorreram nos municípios de São José da Laje e de Anadia. Nos dois casos a saída dos eleitos sequer chegou a ser discutida internamente. O detalhe é que menos de um mês depois de empossados os vereadores foram convidados a integrar as bancadas governistas. A maior perda foi em Anadia. Depois de eleito, o vereador José João da Silva foi para o PSDB e hoje integra a base de apoio do prefeito. Antes de deixar o partido ele encaminhou um ofício para os ex-companheiros. O vereador Antônio Cícero Holanda Neto também rompeu com o partido. Ao contrário do colega, não comunicou oficialmente o seu desligamento. Em são José da Laje o movimento foi parecido. Depois de eleito o vereador Gilson Brito das Neves também migrou para a bancada do prefeito da cidade. A debandada petista ainda pode deixar rastro em outras duas cidades. O PT está de olho na conduta dos veredores Robson Agra Nobre, de Carneiros e José Soares, de Olivença. Nos casos de Anadia e de São José da Laje, como as saídas dos vereadores não foram submetidas às instâncias partidárias, não chegaram ao conhecimento do presidente do Diretório Estadual do PT, deputado Paulo Fernando dos Santos. O deputado descarta falhas no processo de filiação, mas reconhece que os diretórios municipais poderiam ser mais criteriosos. Acho que uma boa triagem poderia ajudar a evitar isso, avalia. Paulão também reconhece que o partido foi vítima de pessoas oportunistas, que se aproveitaram da legenda em benefício próprio. Como solução para o problema ele defende a reforma política que há dez anos tramita no congresso. Somente uma lei mais severa é que vai evitar essas mudanças de partido. A fidelidade partidária imporia limites. No caso de Alagoas fomos vítimas da conjuntura que é deficiente em todo o Brasil, considerou o deputado Paulão. Caso Diogo Em relação ao vereador Diogo Gaia (PT), que pode ser punido pela Comissão de Ética, o deputado não quis se pronunciar. É um assunto de inteira responsabilidade do Diretório Municipal. Exceto se houver um recurso para o Diretório Estadual, comentou o petista. Diogo entrou na mira dos companheiros desde que decidiu se filiar ao PT. Depois que se elegeu, tomando a vaga do então vereador Thomaz Beltrão, ele passou a ser muito mais monitorado. A única voz que sai em sua defesa é a da presidente do Diretório Municipal do PT, Cláudia Amaral. A atuação parlamentar de Diogo vem sendo contestada desde que ele decidiu votar no presidente da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores, vereador Arnaldo Fontan (PFL). O ouro pecado, apontado pelo colega Judson Cabral, foi o fato de ter deixado o bloco da oposição para compor com o governo. Além disso ele se lançou candidato à presidência da União dos Vereadores de Alagoas (Uveal) sem consultar o partido. Na última sexta-feira, Diogo foi ouvido pelo Diretório Municipal do PT. Na Câmara de Vereadores, na semana passsada, ao ser indagado sobre se ficaria ou não no partido ele disse que nunca teve dúvidas de que queria permanecer no PT. Afim de recuperar sua identidade petista, Diogo passou a circular no plenário com uma estrela do partido na lapela do paletó.