
DINO DIZ QUE LULA AVALIA USO DAS FORÇAS ARMADAS EM ÁREAS DO RIO
Segundo ministro da Justiça, envio de reforço da Força Nacional dependerá de colaboração dos governadores
Por G1 | Edição do dia 25/10/2023 - Matéria atualizada em 25/10/2023 às 04h00
O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou ontem que sugeriu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o uso das Forças Armadas em áreas do Rio de Janeiro e que o presidente deve consultar o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.
Na segunda-feira (23), milicianos incendiaram 35 ônibus no Rio – no que foi considerado o maior ataque em um único dia na história da cidade. Moradores viveram uma rotina de caos e ainda sofreram os efeitos dos ataques na manhã desta terça-feira.
“Estamos debatendo o tema da participação das Forças Armadas em algumas áreas. Apresentei ao presidente Lula essa tese ontem, soube hoje que ele se reuniu com o ministro Múcio”, disse o ministro.
Sobre a ampliação da presença da Força Nacional, o ministro da Justiça disse que o envio de reforço do efetivo dependerá também da colaboração de outros governadores, uma vez que o contingente da Força Nacional é restrito.
“Ele [Lula] concordou com a possibilidade, tanto é que chamou hoje o ministro José Múcio, da Defesa, para conversar”, disse Dino. Ele descartou, no momento, a declaração de intervenção federal na segurança pública do Rio.
O ministro afirmou ainda que os contingentes da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal também foram reforçados.
TENSÃO
Parte dos comerciantes e lojistas de diferentes bairros da Zona Oeste do Rio fecharam as portas de seus estabelecimentos, na tarde de ontem, com medo de novos ataques de milicianos da região.
O fechamento do comércio em bairros como Campo Grande, Guaratiba, Bangu e Santa Cruz, por exemplo, acontece um dia após 35 ônibus serem incendiados por criminosos, em uma tarde de terror na região.
Segundo alguns empresários da região, o fechamento das lojas se dá pelo medo de novos ataques nesta terça-feira, dia do enterro do criminoso Matheus da Silva Rezende, conhecido como Teteu e Faustão. Áudios e mensagens em grupos de WhatsApp citam ameaças de bandidos de um segundo dia de terror.
O medo de novos ataques também provocou o fechamento de 12 unidades de saúde da rede municipal.
Segundo a Prefeitura do Rio, a estimativa é de que 7 mil pacientes ficaram sem atendimentos na manhã desta terça. Segundo os gestores municipais, as unidades seguem fechadas durante o período da tarde.
A Secretaria Municipal de Educação também informou que 24 escolas da Zona Oeste também ficaram fechadas nesta terça. O problema afetou 10.536 alunos da rede pública municipal.