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Sem-terra deixam Incra para “negociar” acordo

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ODILON RIOS O impasse entre os movimentos de sem-terra e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Alagoas pode terminar hoje. Após reunião, no início da noite de ontem, com o procurador-geral do Incra, José Bruno Lemes, líderes dos sem-terra recuaram e decidiram evacuar a sede do Incra hoje pela manhã ? eles invadiram o prédio há 12 dias ?, para tentar chegar a um consenso com o representante do governo federal. As negociações serão retomadas a partir das 14 horas, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Alagoas, depois que o procurador-geral mantiver contato com o Ministério do Desenvolvimento Agrário para informar sobre a situação em Maceió. Os movimentos reivindicam a saída do superintendente do Incra em Alagoas, Gino César (PT). ?Não há negociação sobre a saída do superintendente alagoano. Isso é uma ordem do ministro [do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto]?, disse o procurador-geral Bruno Lemes, no começo da noite, na sede da OAB-AL, antes de começar a reunião com as lideranças. Do outro lado, líderes dos movimentos estavam irredutíveis. ?Só negociamos se ele [Gino] sair do Incra?, afirmava José Roberto Silva, da direção nacional do MST. Para evitar complicações na negociação, o superintendente alagoano do Incra não participou da reunião. Na tentativa de forçar um posicionamento mais rápido do Instituto, os movimentos trouxeram mais de 500 pessoas na última quarta-feira, para se juntarem às fileiras que estão acampadas na Praça Sinimbu, em frente à sede do Incra. Ele ameaçam trazer mais 5 mil amanhã, se as negociações não avançarem. Também ontem, o procurador-geral do Incra se reuniu com o juiz federal plantonista Rubens Canuto e pediu mais tempo para o cumprimento do mandado de reintegração de posse da sede do Incra na capital, que foi invadido há 12 dias pelos movimentos. ?Fiz apenas uma visita de cortesia?, afirmou José Bruno, sem querer entrar em detalhes. O pedido de reintegração de posse, que só pode ser colocado em prática em conjunto com a Polícia Federal (PF), foi feito na terça-feira pelo Incra e despachado um dia depois por Canuto. A intenção é que o prédio fosse evacuado em 24 horas. ?A reintegração não será cumprida hoje [ontem]?, garantiu o procurador do Incra. Antes de conversar com os movimentos, Bruno Lemes se reuniu, às 15h30, com lideranças da Central Única dos Trabalhadores (CUT), com o deputado estadual Paulo Fernando dos Santos (o Paulão ? PT), com o superintendente do Incra em Alagoas, Gino César, com o superintendente substituto da PF, Arivaldo Marques, e com o coordenador do Centro de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar, coronel Adilson Bispo. Os movimentos de sem-terra não estavam presentes. Mais reunião Hoje, o procurador do Incra se reúne com o governador em exercício, Luis Abílio de Sousa (PSB), para tentar uma solução para o clima de guerra entre movimentos e a superintendência do Incra. Antes da chegada do procurador a Alagoas, Abílio fez às pressas uma reunião, com representantes da Polícia Militar, da Secretaria de Defesa Social, da OAB e do Incra para discutir a radicalização das ações dos movimentos sociais. No final do encontro, Abílio disse que o governo ?tem de agir com equilíbrio e responsabilidade?. Também ontem, as ações do MST provocaram a reação dos deputados de oposição na Assembléia Legislativa de Alagoas. O primeiro a reagir contra o movimento foi o ex-presidente da Assembléia Legislativa (ALE), deputado Antônio Albuquerque (PFL). Em sua avaliação é a falta de ação do Executivo, Legislativo e Judiciário que tem fortalecido as ações dos sem-terra. O desabafo de Albuquerque ocorreu no programa matinal ?Liberdade de Expressão?, da Rádio Jornal. Pouco antes, o presidente da ALE, deputado Celso Luiz (PSB), havia confessado estar sendo pressionado para a solução dos crimes de violência no interior.

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