
GROTAS DE ALAGOAS GANHAM UMA SÉRIE DE OBRAS E SERVIÇOS
Programas do governo do Estado e da Prefeitura de Maceió vêm transformando a vida de 200 mil moradores de áreas vulneráveis
Por arnaldo ferreira | Edição do dia 04/11/2023 - Matéria atualizada em 04/11/2023 às 04h00
Neste 4 de novembro,“Dia Nacional da Favela”, Alagoas ainda não tem um número preciso de favelas, grotas e áreas ocupadas de forma improvisada nos 102 municípios. Estima-se que 500 mil alagoanos vivem em comunidades com alto índice de vulnerabilidade social. A maioria tem como principal problema o aumento da violência. Segundo a prefeitura de Maceió, na capital havia 100 grotas e favelas, oito desapareceram do Pinheiro, Mutange, Bebedouro e Bom Parto, bairros esvaziados por causa de acidentes geológicos em 35 minas da Braskem. Nas outras 92 comunidades vivem cerca de 100 mil maceioenses.
Eles, que eram lembrados apenas em períodos eleitorais, assistem às comunidades ganhando cores, escadarias, praças esportivas, iluminação pública, redes para escoamento de esgoto, abastecimento de água, creches, vai e vem de agentes de saúde, médicos, assistentes sociais, do governo estadual e da prefeitura da capital. Os gestores disputam quem oferece mais serviços para as comunidades.
A presença do Estado e da Prefeitura é visível, e isso ajuda a inibir a violência. Somando o que já foi investido em dinheiro público, passa de RS 300 milhões. As ações beneficiam, diretamente, mais de 200 mil alagoanos, 75 mil deles de 76 grotas na capital.
“Agora meus dois filhos [de 12 e 14 anos] terão lembranças positivas da infância e da adolescência. Eles têm praças para brincar, praticar esportes e conversar com os amigos”, disse o ex-líder comunitário Evânio Fabiano, morador da Grota do Cigano. A comunidade, curiosamente, tem programas da prefeitura e do governo do Estado pra melhoria de qualidade de vida.
Outro morador da grota, o mecânico Nozor Miranda, também comemorou. “Além de praças esportivas, creches, atividades sociais o acesso para pessoas como eu que mora lá na parte alta da comunidade, melhorou. Agora, tem escadarias iluminadas. A favela virou área nobre”, brincou.
Robson Santos, 26 anos, Wertton de Oliveira, 19 anos, e o serralheiro e artesão Amarildo Rosalino da Silva, 46 anos, estavam desempregados e sem perspectivas. Há um ano, foram contratados e hoje ganham em média R$ 2,5 mil nas atividades de serviços gerais e manutenção do Parque Linear Grota do Cigano, no bairro de Mangabeiras.
A área hoje tem o complexo multiesportivo, área de convívio e uma creche do projeto Cria. “As coisas ruins não mudam da noite para o dia. A violência ainda é uma realidade, mas a Grota do Cigano vive momentos melhores”, disseram os jovens contratados com mais 20 amigos da comunidade, que também estavam desempregados.
PROJETOS
Até o ano passado, as grotas e as favelas do Estado tinham seus espaços mais vulneráveis disputadas e dominados até por supostos líderes comunitários, que tentavam criar redutos eleitorais de barganha. Hoje, dois projetos de gestões políticas antagonistas: “O Brota nas Grotas”, da Prefeitura de Maceió, desenvolvido na gestão do prefeito JHC (PL), e o “Vida Nova nas Grotas”, que começou com o governo do hoje senador e ministro dos Transportes Renan Filho (MDB) é impulsionado na gestão do governador Paulo Dantas (MDB). Os programas levam às comunidades os serviços públicos básicos e marcam a presença do poder público nas comunidades.
“Esses dois projetos abrem as portas do mercado de trabalho para as pessoas mais pobres, e a comunidade passa a ter vida com dignidade e respeito. Os traficantes aos poucos desaparecem, e a polícia não nos olha mais como bandidos”, disseram duas mães de 26 e 30 anos que pediram para não ter nomes e endereços reveladas. Elas moram no Benedito Bentes e estão empregadas nos programas, ganham salário mínimo e outros benefícios do programa federal Bolsa Família, para os quatro filhos menores de 12 anos.