Política
Non� diz que Alagoas se fortalece no Congresso

MARCOS RODRIGUES A primeira visita oficial do senador Renan Calheiros (PMDB) ao Estado, como presidente do Senado agendada para este fim de semana, foi tratada nos últimos dias como uma redenção de Alagoas. Renan marcou visita, acompanhado dos senadores Teotonio Vilela (PSDB) e Heloísa Helena (P-Sol), a quatro municípios do semi-árido nordestino atingidos pela seca. Tanto a oposição, representada pelo deputado federal José Thomaz Nonô (PFL), como os apoiadores do governo federal, reconhecem que o senador alagoano aumentou o seu poder de influência institucional e de barganha política. Renan, além de presidir o Senado, é o presidente do Congresso Nacional Senado e Câmara dos Deputados. Espaço Segundo o deputado Thomaz Nonô, o espaço político aberto com a eleição de Renan é importante para o Estado e o coloca com maior responsabilidade de conseguir ajuda financeira. A presença do senador cria condições objetivas para conseguir ajuda para o Estado. Além disso, acho que a presença de mais alagoanos na Mesa Diretora nos ajuda a cobrar mais atenção para Alagoas, acredita o parlamentar. Nonô foi eleito primeiro vice-presidente da Câmara dos Deputados. Sua eleição aconteceu em meio a polêmica em torno do presidente eleito, deputado Severino Cavalcanti (PP-PE). Antes de ser conduzido ao cargo, Nonô atuava como líder da minoria. Agora, já tem a garantia de que comandará as votações mais polêmicas da Casa, a pedido do próprio Severino. Além de Nonô, foram eleitos para funções na Mesa Diretora os deputados João Caldas (PL), para a quarta secretaria, e Givaldo Carimbão (PSB), na condição de suplente. Por conta desse quadro, Nonô considera que Alagoas vive o seu melhor momento de representação federal. Quanto aos assuntos que envolvem o Estado, o deputado não dispensa sua crítica aos governos estadual e federal. Segundo o vice-presidente da Câmara, o governo Lula não está conseguindo atingir suas metas e demora muito para liberar recursos. A principal cobrança é quanto à falta de investimentos em obras de abastecimento de água e outras obras estruturantes. Na opinião do parlamentar, a construção do Aeroporto Internacional é importante para o Estado, mas não gera recursos provenientes de seu funcionamento. Em sua opinião, existem outras prioridades, como o atendimento a famílias vítimas da seca. Reforço O senador Téo Vilela também reforça a idéia de que Renan tem espaço suficiente para ajudar o Estado. O tucano não perdoa os gastos do governo federal, em detrimento da falta de investimentos no sertão nordestino. As nossas principais obras estruturantes estão paralisadas. Além disso, até agora tem faltado investimentos em obras que prestigiem a questão da água, reafirmou o senador. Téo espera que o senador Renan Calheiros consiga ser o porta-voz do sofrimento das vítimas da seca no Estado. Na última sexta-feira, ainda em Brasília, ele chegou a apelar para a memória do presidente Lula. Seria bom que o presidente lembrasse que ele também foi uma das vítimas desse processo de seca que atinge o Nordeste, lembrou Téo Vilela. Ele foi um dos articuladores da visita dos três senadores ao Sertão e da reunião marcada com prefeitos dos 28 municípios atingidos pela estiagem. A senadora Heloísa Helena não acredita em milagre. Para ela, os problemas que atingem o Estado são seculares e precisam de mudanças estruturais, e não assistencialismo. Eleições A visita programada dos senadores ao interior atingido pela seca, também está ligada ao processo sucessório em 2006. É que Renan faz parte de um grande acordo de sucessão ao governador Ronaldo Lessa (PDT). Além disso, sua posição à frente do Senado também o projeta para uma possível participação na sucessão presidencial.