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sexta-feira, 28/03/2025 | Ano | Nº 5933
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Política

Mulheres querem mais espa�o pol�tico

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MARCOS RODRIGUES Repórter A ampliação do espaço da mulher na política foi defendida, ontem, na sessão especial convocada pela deputada Maria José Viana (PSB) em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março. Esta foi a terceira vez que a deputada conseguiu incluir na pauta da ALE o debate sobre o universo feminino. A sessão foi coordenada pela professora-doutora em Educação Belmira Magalhães e pela cientista política Cristina Buarque. Mesmo tendo sido convocados com 15 dias de antecedência, nem a outra deputada da Casa, Ziane Costa (PMDB), compareceu ao evento. A ausência, porém, não desmotivou as mulheres. Estiveram presentes representantes das trabalhadoras rurais, das universidade públicas e privadas e estudantes. DEFESA Todas ouviram a palestra da cientista política Cristina Buarque. Ela coordena o Núcleo de Pesquisas Mulher e Democracia, da Fundação Joaquim Nabuco, em Pernambuco. Desde que foi criado, o grupo tem feito levantamentos dos números reais da participação da mulher na política e em cargos públicos. Segundo Cristina, os números ainda desfavorecem a mulher. Em seus levantamentos, existem ao todo 341 vagas que deixaram de ser preenchidas nas câmaras de vereadores e assembléias legislativas. Deste total, somente 47 cadeiras têm representantes do sexo feminino como titulares. “Esse fato se explica através da história. Por conta da formação da sociedade e da intervenção política ter sido essencialmente patriarcal, a mulher foi excluída dos processos decisórios”, apontou Cristina Buarque. O reflexo da ausência de mulheres na superestrutura, para garantir seus interesses, não possibilitou a garantia de direitos. Um exemplo citado pela cientista pernambucana envolve o aspecto salarial: o da mulher é 40% menor que o de um homem que desempenhe igual função. A resposta para essa distorção pode ocorrer com aumento da intervenção feminina na política. Somente assim, Cristina acredita que a balança pode chegar a um ponto de “equilíbrio”. Ela não ignora os avanços nos últimos anos, porém aponta falhas. O mais grave nesse campo, segundo a pesquisadora, envolve a falta de condições estruturais para que as mulheres possam ser eleitas. O detalhe é que a lei que garante a participação de 30% de mulheres nas chapas proporcionais, não garantem ajuda financeira. “Ou seja, as dificuldades continuam, porque não são todas as que possuem recursos para isso”, argumenta Cristina. Ela defende uma mudança na lei eleitoral, que interfira no Fundo Partidário, prevendo a liberação de dinheiro para as mulheres. Aproveitando esse espaço, representantes de mulheres trabalhadoras rurais entregaram uma moção, pedindo mais créditos estaduais para o plantio. A proposta vai ser levada adiante pela deputada Maria José Viana. “Vamos encaminhar essa discussão por meio da Comissão de Legislação Participativa”, garantiu. Indagada sobre se a ausência dos colegas não iria prejudicar a proposta, a deputada optou pelo otimismo. Para ela, mesmo com a ausência dos colegas, as mulheres têm conquistado espaço.

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