app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5824
Política

PF PRENDE TERRORISTAS BRASILEIROS LIGADOS AO GRUPO HEZBOLLAH

Suspeitos estaria preparando ataques a prédios da comunidade judaica no Brasil

Por Folhapress | Edição do dia 09/11/2023 - Matéria atualizada em 09/11/2023 às 04h00

A Polícia Federal deflagrou ontem uma operação para prevenir atos terroristas no país. De acordo com a apuração que deu origem à ação, atos preparatórios estavam em andamento para ataques a prédios da comunidade judaica no Brasil.

Segundo informações às quais a Folha de S.Paulo teve acesso, dois homens já foram presos no Brasil e outros dois que estariam no Líbano tiveram seus nomes incluídos na difusão vermelha da Interpol, o canal de foragidos da polícia internacional —todos com nacionalidade brasileira. A PF cumpriu ainda 11 mandados de busca e apreensão em Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal.

O planejamento envolveria recrutados pelo Hezbollah, grupo extremista islâmico xiita que atua no Líbano e recebe financiamento do Ir㠗mesmo caso do grupo terrorista palestino Hamas, o inimigo de Israel na guerra em curso na Faixa de Gaza.

De acordo com nota divulgada pela PF, recrutadores e recrutados devem responder pelos crimes de “constituir ou integrar organizações terroristas” e “realizar atos preparatórios de terrorismo”. Se somadas, as penas máximas para tais crimes podem chegar a 15 anos e 6 meses de prisão.

A operação contou com a parceria de Mossad, a agência de inteligência de Israel, de acordo com nota da organização, que agradeceu os serviços de segurança brasileiros. “O Mossad está trabalhando e continuará a trabalhar para frustrar esses esforços onde for necessário”, afirma a nota. Houve cooperação também de agências de inteligência dos Estados Unidos.

O Consulado Geral de Israel em São Paulo também se pronunciou para agradecer as autoridades brasileiras. “Esta é mais uma tentativa do Ir㠗através do Hezbollah e de suas forças associadas (Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica e da Força Quds)— de expandir sua influência global, incluindo na América do Sul, como uma base avançada para atividades terroristas no continente”, afirmou o consulado, em nota.

Desde o início da guerra entre Tel Aviv e o Hamas em Gaza, a fronteira entre Líbano e Israel se tornou uma frente secundária do conflito. O local tem sido palco de trocas de tiros frequentes entre o Exército israelense, de um lado, e o Hezbollah e seus aliados de outro —o que aumenta temores de que o conflito se regionalize.

Na última terça (7), 20 foguetes foram disparados do Líbano em direção a Israel, sem deixar mortos ou feridos, e o Exército israelense respondeu com artilharia. Antes, no domingo (5), trocas de fogo para estabelecer posições mataram quatro civis, três deles crianças, segundo o grupo islâmico e o governo do Líbano.

Em nota, a Conib (Confederação Israelita do Brasil) manifestou “enorme preocupação” com as suspeitas de atentados contra alvos judaicos no Brasil. “O terrorismo, em todas as suas vertentes, deve ser combatido e repudiado por toda a sociedade brasileira”, afirmou a entidade. “Os trágicos conflitos do Oriente Médio não podem ser importados ao nosso país, onde diferentes comunidades convivem de forma pacífica, harmoniosa e sem medo do terrorismo.”

A guerra multiplicou os casos de antissemitismo e islamofobia em diversos países do mundo. No domingo, a Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, condenou o ressurgimento de atos antissemitas.

Esta não foi a primeira vez que a PF agiu contra o Hezbollah em território nacional. Em setembro de 2018, a entidade prendeu o comerciante Assad Ahmad Barakat, 51, acusado pelo governo americano de ser um financiador da facção libanesa.

Mais matérias
desta edição