
GOVERNO SE REÚNE COM REPRESENTANTES DE BAIRROS AFETADOS PELA MINERAÇÃO
Encontro definiu propostas em conjunto que serão levadas para negociação com a Braskem
Por DA REDAÇÃO COM ASSESSORIA | Edição do dia 16/11/2023 - Matéria atualizada em 16/11/2023 às 04h00
O Governo do Estado reuniu líderes comunitários, advogados, moradores, comerciantes e pescadores dos bairros afetados pela mineração da Braskem, para ouvir as reivindicações desses setores e apresentá-las à petroquímica nas rodadas de negociação que o Estado vem realizando semanalmente.
De acordo com o secretário de Estado do Governo, Vitor Pereira, que representou o Governador Paulo Dantas no encontro, as negociações que o Estado vem conduzindo com a Braskem buscam reparos financeiros em três eixos: os danos causados ao Estado, aos moradores e aos municípios da região metropolitana. “Estamos aqui, hoje, porque toda e qualquer negociação do Estado com a Braskem precisa contemplar os moradores”, afirmou o secretário.
Os prejuízos causados pela mineração foram objeto de um estudo detalhado realizado pelo professor Elias Fragoso, a convite do Governo. Segundo ele, o trabalho foi dividido em nove segmentos, dentro dos três eixos apontados pelo Estado. “Nós fechamos o estudo há cerca de 20 dias, o que resultou num relatório final de 200 páginas. Ele será apresentado ao governador Paulo Dantas ainda esta semana, para que seja divulgado no momento correto. Mas o que a gente pode dizer é que o trabalho é técnico, e que estão contempladas todas as reivindicações de todos os segmentos envolvidos”, garantiu.
Representando o Poder Legislativo, os deputados estaduais Lelo Maia, José Wanderley Neto e Alexandre Ayres também participaram da reunião e reafirmaram o apoio às reivindicações dos moradores.
Para Lelo Maia, as perdas são inestimáveis, pois, além da queda no recolhimento do ICMS devido ao fechamento de várias empresas, o isolamento das áreas gerou graves problemas de locomoção para as pessoas.
“Antes, a CBTU transportava nos trens, em média, 15 mil pessoas por dia. Hoje, depois do acidente, são apenas 3 mil”, revelou “Pessoas que moravam perto do seu trabalho tinham postos de saúde e escolas próximos, tiveram que morar em locais mais distantes, às vezes sem postos, longe do trabalho”.
ISOLAMENTO E
FALTA DE APOIO
Presentes à reunião, cerca de vinte líderes comunitários e moradores do Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto, Flexais, Vila Saem e Avenida Marquês de Abrantes fizeram sugestões e relatos das dificuldades que estão passando. Os moradores cobraram ainda aumento no valor das indenizações pelos imóveis destruídos e o pagamento individualizado da indenização por danos morais, e não por residência, como é feito atualmente.
Outra reivindicação apresentada foi a inclusão dos Flexais de Cima e de Baixo, além de áreas próximas, nos processos de desapropriação conduzidos pela mineradora, uma vez que os moradores dessas regiões ficaram isolados após o esvaziamentos dos bairros vizinhos.