O Governador Paulo Dantas (MDB) informou ontem que solicitou ao governo Lula acompanhamento da Defesa Civil Nacional e do Serviço Geológico do Brasil (CPRM/SGP) diante do iminente colapso de uma mina de sal-gema no bairro Mutange, em Maceió.
Em reunião realizada com os órgãos que fazem parte da Defesa Civil do Estado e diversas secretarias estaduais, Paulo determinou a instalação de um gabinete de crise e ainda assinou um pedido de audiência com a Presidência da República para tratar do tema.
Uma reunião com membros da Defesa Civil Nacional, do Ministério de Minas e Energia e do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) deve ocorrer hoje para alinhar as ações que serão realizadas em conjunto.
"Vamos encaminhar mais um fato relevante, como já fizemos por diversas vezes, inclusive ao TCU, Presidência da República, presidente do Senado, presidente da Câmara, ministro de Minas e Energia. Enfim, já fizemos isso algumas vezes e vamos apresentar outros fatos relevantes, incluindo agora essa nova ocorrência da mina 18”, disse o Governador.
O monitoramento na região foi reforçado, porque houve cinco abalos sísmicos somente neste mês de novembro. De acordo com o coordenador-geral da Defesa Civil do Estado, coronel Moisés Melo, se houver a ruptura nessa profundidade, pode ter um efeito cascata de outras minas.
“Não sabemos a intensidade, mas é certo que grande parte da cidade irá sentir. E temos outros problemas. Se houver uma ruptura nessa região podemos ter vários serviços afetados, a exemplo do o abastecimento de água de parte da cidade e também o fornecimento de energia e de gás. Com certeza, toda a capital vai sentir os tremores se acontecer essa ruptura dessas cavernas em cadeia”.
Segundo o coronel Moisés, com a criação do Gabinete de Crise será possível tomar todas as medidas necessárias para avançar cada vez mais nesse monitoramento e evacuar as possíveis áreas que ainda estão habitadas”, explicou o coronel Moisés.
SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA
Um decreto assinado pelo prefeito JHC, publicado em edição extraordinária do Diário Oficial do Município ontem, declarou situação de emergência por 180 dias em Maceió.
Pelo quadro emergencial, todos os órgãos que integram a Administração Pública vão atuar conjuntamente, sob a liderança da Coordenadoria Executiva Institucional da Prefeitura de Maceió e da Defesa Civil Municipal, em ações de resposta ao desastre, principalmente no atendimento à população atingida, reabilitação das áreas atingidas e reconstrução do cenário.
A Prefeitura de Maceió ainda autoriza a convocação de voluntários para reforçar as medidas e iniciar mobilizações, com campanhas de arrecadação de donativos e recursos junto à comunidade, para facilitar as ações de assistência e dar uma resposta rápida aos afetados.
O decreto é fundamentado no artigo 5º da Constituição Federal, que autoriza as autoridades administrativas e os agentes de defesa civil a atuarem, em caso de risco iminente, como este, a adentrar em imóveis residenciais e comerciais para atendimento imediato ou para determinar a pronta evacuação.
A medida emergencial ainda permite a captação de recursos de outras esferas e compras necessárias às atividades de resposta ao desastre com mais celeridade.
ABRIGO
Após a Defesa Civil de Maceió emitir o alerta, a Secretaria Municipal de Educação de Maceió (Semed) disponibilizou seis escolas para abrigar moradores do Mutange..
A Semed disponibilizou as seguintes escolas, em caso de necessidade de abrigos:
Escola Professora Maria José Carrascosa (Poço); Escola Rui Palmeira (Vergel); Escola Antídio Vieira (Trapiche); Escola Pompeu Sarmento (Barro Duro); Escola Lenilto Alves (Jacintinho); Escola Brandão Lima (Benedito Bentes)
TRÂNSITO
Ontem, o Departamento Municipal de Transportes e Trânsito (DMTT) de Maceió ampliou as interdições no bairro de Bebedouro, uma das áreas afestadas pela mineração. O órgão conta com cinco viaturas no local.
As equipes estão posicionadas na Rua Doutor Passos de Miranda, onde há uma intervenção parcial, e na Ladeira Ulisses Bandeira, onde o bloqueio é total.