A situação dos moradores afetados pelo risco de colapso de uma mina da Braskem no bairro do Mutange foi debatida ontem na sessão da Assembleia Legislativa Estadual.
O deputado Lelo Maia (União Brasil) iniciou o debate afirmando que é preciso se solidarizar com as vítimas. “As pessoas que estão lá sofrem com tudo o que está acontecendo”, disse.
Ele sugeriu que as gestões do Estado e do município de Maceió encontrem juntas uma solução para o problema.
O deputado Delegado Leonam (União Brasil) também criticou o fato de ninguém da Braskem ter sido preso. Ele também questionou o uso do aparato policial para a retirada de moradores. “Nós devemos, sim, unir forças com os governos Federal, Estadual e Municipal”, reforçou Leonam.
Mesaque Padilha (União Brasil) elogiou a iniciativa de Maia em apresentar o tema na Casa. “O Ministério Público precisa acionar os governos do Estado e do Município para que possam tratar das pessoas, cuidar do nosso povo, que está precisando de ajuda”, disse.
Doutor Wanderley (MDB) lembrou que o desastre ambiental não possui precedentes e é o maior em área urbana no mundo. Ele também criticou o acordo firmado entre a Prefeitura de Maceió e a Braskem. “Isso significa, do ponto de vista prático, que agora os moradores de Maceió têm que acionar o município, e isso foi um acordo mal orientado juridicamente”, afirmou.
Alexandre Ayres (MDB) reconheceu a necessidade de união entre os Poderes, mas lembra que ainda existe política mesmo neste assunto. Ele levantou o tema da compra do Hospital do Coração, por R$ 266 milhões, com o uso dos R$ 1,7 bilhão que a Prefeitura recebeu da Braskem com o acordo.
Ronaldo Medeiros (PT) demonstrou contentamento ao saber que o prefeito João Henrique Caldas ligou para o governador do Estado. “Parceria é sempre bom, porque ninguém é forte sozinho”, afirmou o deputado.
Por fim, o deputado Cabo Bebeto (PP) desejou a instalação de uma CPI para investigar o caso. “Estão brincando com a vida das pessoas”, lamentou o parlamentar.
DESASTRES NATURAIS
Durante a sessão ordinária de ontem foram apreciadas 22 matérias, dentre elas, o projeto de lei ordinária nº 343/2023, de autoria do deputado Fernando Pereira (PP), que institui a Política Estadual de Prevenção a Desastres Naturais e de Redução de Riscos Geológicos.
“Em Alagoas, nos últimos anos, temos assistido eventos extremos, tanto na região metropolitana quanto nas demais regiões do Estado, os quais vêm causando mortes, deixando pessoas desabrigadas e trazendo enormes prejuízos de ordem material à população”, prosseguiu Pereira, citando ainda o desastre geológico do “Caso Pinheiro”, que afundou o solo, causou tremores de terra e ameaçou a vida de cerca de 40 mil pessoas de cinco bairros de Maceió (Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Bom Parto e Farol).
“Assim, mostra-se absolutamente relevante a realização de estudos que integrem ambos os fenômenos naturais, colaborando com o entendimento sistemático dos processos e com à proposição de medidas preventivas e corretivas”, concluiu Fernando Pereira.