O governo federal reconheceu na sexta-feira (1°) o estado de emergência em Maceió pelos danos causados em razão do iminente afundamento de uma mina de exploração de sal-gema da Braskem. Existe o receio por parte dos órgãos de Defesa Civil de que a estrutura entre em colapso a qualquer momento. A medida vai facilitar o envio de recursos federais para a capital em caso de colapso ou em ações preventivas
O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) disse que está acompanhando a situação na capital alagoana. Segundo a pasta, o ministro Waldez Góes participou na sexta-feira (1º) de uma reunião com uma equipe da Defesa Civil Nacional, que está no local. O objetivo do encontro foi apresentar as informações levantadas pela equipe e traçar - em parceria com as defesas civis estadual e municipal - uma estratégia para atender a população afetada.
Por meio das redes sociais, o Governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), anunciou que marcou uma reunião com o presidente Lula para discutir o problema, juntamente com o gabinete de crise criado pelo Estado, assim que Lula voltar de viagem.
Paulo comunicou que já havia marcado um encontro para a próxima terça-feira (5), no Palácio do Planalto, com o presidente em exercício, Geraldo Alckmin. O Presidente Lula está participando da COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
“Recebi agora uma mensagem do presidente Lula de que nos reuniremos para tratar sobre o desastre ambiental da Braskem assim que ele retornar da COP 28. Mais cedo já havia conversado com o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, e marcado uma reunião”, escreveu.
E em contato com o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, o prefeito JHC pediu apoio do governo federal para, em parceria com a prefeitura, garantir moradias à população que foi obrigada a deixar suas casas devido ao iminente risco de colapso de uma mina da Braskem.
Alckmin assegurou a JHC todo o suporte da União de que o município necessita, emergencialmente, para resguardar a integridade física dos moradores e mitigar os efeitos do desastre.
“O momento é de unirmos forças em defesa da nossa cidade e das pessoas. Quem está sendo afetado não quer saber a qual partido os políticos estão filiados. O que interessa é o que pode e está sendo feito”, disse o prefeito.
A situação é mais grave nos bairros de Mutange, Pinheiro e Bebedouro, que sofreram nos últimos abalos sísmicos devido à movimentação da cavidade de uma das minas da Braskem.
Em nota, a Braskem disse que continua mobilizada e monitorando a situação da mina 18, tomando as medidas cabíveis para minimização do impacto de possíveis ocorrências e que a área está isolada desde terça-feira (28).
“Referido monitoramento, com equipamentos de última geração, foi implementado para garantir a detecção de qualquer movimentação no solo da região e viabilizar o acompanhamento pelas autoridades e a adoção de medidas preventivas como as que estão sendo adotadas no presente momento”, disse a empresa.
Ainda de acordo com a Braskem, os dados atuais de monitoramento demonstram que a acomodação do solo segue concentrada na área dessa mina e que essa acomodação poderá ocorrer de forma gradual até a estabilização ou de maneira abrupta.
Das 35 cavidades exploradas pela empresa, nove receberam a recomendação da Agência Nacional de Mineração (ANM) de preenchimento com areia. Dessas, cinco tiveram o preenchimento concluído, em outras três os trabalhos estão em andamento e uma já está pressurizada, indicando não ser mais necessário o preenchimento com areia. Além dessas, em outras cinco cavidades, foi confirmado o status de autopreenchimento.
“As demais 21 cavidades estão sendo tamponadas e/ou monitoradas, sendo que - em sete delas - o trabalho já foi concluído. As atividades para preenchimento da cavidade 18 estavam em andamento e foram suspensas preventivamente devido à movimentação atípica no solo”, finalizou o informe.