O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou ontem entender que a Braskem está agindo corretamente em relação à emergência em suas minas em Maceió.
A estatal é sócia da petroquímica, alvo de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) instalada no Senado para investigar o colapso de suas minas de sal-gema na capital alagoana, que desde 2019 já provocou o desalojamento de cerca de 60 mil pessoas.
No último domingo (10), a mina 18 desabou, provocando um afundamento de solo que inundou parte da orla da lagoa Mundaú, onde estão as operações da empresa. Autoridades e técnicos ainda avaliam a extensão dos danos e a possibilidade de um desabamento total.
Prates questionou comparações do caso com a tragédia de Brumadinho (MG), em janeiro de 2019, quando o rompimento de uma barragem da Vale matou 272 pessoas. “Um caso completamente diferente”, afirmou.
“É uma área que foi monitorada, as pessoas foram retiradas lá. Claro que isso é um trauma para a população, mas evidentemente tem solução. E não estamos falando de ameaça de vidas diretamente”, argumentou sobre o caso da Braskem em Maceió.
Prates reconhece que a questão é “realmente muito séria” e disse que a Petrobras, como sócia, é parte da solução. Mas avalia que a Braskem “tem atuado muito corretamente”. “A empresa promoveu várias indenizações já. Segundo ela, mais de 90% das indenizações foram atendidas”, disse.
O executivo afirmou ainda que a questão não deveria ser alvo de CPI, mas que a Petrobras irá à comissão responder perguntas dos senadores. “Vai ser uma situação de, digamos, menos de investigação e mais de conhecimento público da questão. E talvez, espero, muito de conciliação agora.”
“É um caso sério. É um caso complicado, envolve muitas famílias, mas tem solução”, concluiu.