Pressionada a transferir a unidade de produção de soda e cloro do bairro do Pontal da Barra, em Maceió, para uma área do Polo Multifabril de Marechal Deodoro, diante da repercussão em torno do desmoronamento da mina 18 e comprometimento das outras 34, a direção da Braskem mantém o propósito de continuar operando em Maceió e não pretende transferir a unidade industrial.
Não há perspectiva ou projeto para realocar a planta industrial localizada no Pontal. A complexidade da estrutura industrial e da operação tornam inviável que se cogite realocação, afirma a empresa.
A indústria informou, por meio de sua Assessoria de Comunicação, que a fábrica continua operando com sal importado de jazidas licenciadas no Chile, gerando cerca de 4 mil empregos diretos e indiretos, receita e renda para Alagoas.
No último dia 4, ao participar do Encontro Anual da Indústria Química, em São Paulo, o diretor-presidente da Braskem, Roberto Bischoff, afirmou que a indústria tem o compromisso de dar continuidade ao processo de fechamento das minas, iniciado há quatro anos, “sem colocar em risco as pessoas”.
No evento, promovido pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Bischoff culpou a classe política alagoana pelo “pânico” gerado por causa do iminente colapso das minas de sal-gema que a multinacional explorou por mais de 40 anos em Maceió.
PARALISAÇÃO
Ao ser questionada sobre quantas minas foram fechadas, como recomendou a Agência Nacional de Mineração e outros órgãos de fiscalização e controle, a empresa respondeu [via assessoria] que a extração de sal-gema pelas 35 minas de Maceió foi totalmente encerrada em maio de 2019.
“A Braskem vem adotando as medidas para o fechamento definitivo dos poços de sal, conforme plano apresentado às autoridades e aprovado pela Agência Nacional de Mineração. Esse plano registra 70% de avanço nas ações, e a conclusão dos trabalhos está prevista para meados de 2025”.
Com relação à cavidade 18, que teve as atividades preparatórias interrompidas de maneira preventiva, a empresa não admite que houve colapso ou desmoronamento do teto. Diz que a situação “será reavaliada devido ao movimento atípico de água na lagoa Mundaú, no trecho sobre essa cavidade, indicando movimento no solo da lagoa (potencial colapso)”.
Em outras cinco cavidades foi confirmado o status de autopreenchimento. As demais 21 estão sendo tamponadas e/ou monitoradas, sendo que em sete delas o trabalho já foi concluído. “O tamponamento segue prazos pactuados no âmbito do plano de fechamento, que é regularmente reavaliado com a ANM”, diz a Braskem.
A empresa diz que, “de acordo com o monitoramento realizado no último mês de agosto, o volume da cavidade 18 corresponde a aproximadamente 490 mil m³. O tempo estimado para concluir o preenchimento de um poço desse volume é de sete meses após as várias etapas de preparação”.
Com relação a possíveis impactos ambientais causados pela mina 18, a empresa diz que as informações têm sido enviadas ao Instituto do Meio Ambiente (IMA) dentro dos prazos estabelecidos. “A região onde está localizada a cavidade está totalmente desocupada desde abril de 2020. A região continua sendo monitorada e a definição das medidas futuras que serão adotadas nessa cavidade só será possível com as condições de acesso seguro na área”. AF