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Nº 5791
Política

QUALIDADE DA ÁGUA DA LAGOA NÃO FOI AFETADA POR ROMPIMENTO DE MINA

Relatório sobre a qualidade da água na Lagoa Mundaú foi divulgado ontem por laboratório da Ufal

Por Tatianne Brandão | Edição do dia 19/12/2023 - Matéria atualizada em 19/12/2023 às 04h00

Análise feita pelo Laboratório de Aquacultura e Ecologia Aquática (Laqua), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), com base em amostras colhidas entre os dias 2 e 11 este mês, não detectou alteração na qualidade da água da Lagoa Mundaú após rompimento da mina 18 da Braskem, no bairro do Mutange. O relatório foi divulgado ontem.

De acordo com o coordenador do laboratório, Emerson Soares, o composto fluoreto deu acima do limite, mas isso não tem relação com a mina, mas sim com fertilizantes e esgotos. Ele destacou que os dados são atuais e podem mudar no futuro, por isso os órgãos vão continuar monitorando.

Em relação à morte do sururu na lagoa, Soares afirmou que isso se deve à poluição na Mundaú, que é um problema antigo. “Nós encontramos uma série de compostos problemáticos que trazem muitos danos ao sururu. É uma série de acúmulos de problemas oriundos de esgotos, solventes, compostos, agrotóxicos etc. Aquela laguna é um depósito de problemas oriundos do Rio Mundaú e das fontes de esgotos que nós temos, tanto da cidade de Maceió como das cidades vizinhas”, explicou.

Ainda de acordo com o coordenador da Laqua, não foi encontrado nenhum produto tão agressivo que viesse a matar o sururu após o rompimento. “Outro fator importante para o sururu não se desenvolver é a questão também do soterramento em períodos de chuva, quando a gente tem no mês de junho, principalmente, que vem aquele acúmulo pelo rio Mundaú, que é um rio degradado, onde as suas marés estão devastadas. Esse solo vem carreado de nutrientes e pesticidas e vem soterrando a lagoa”, ressaltou Soares.

A gerente do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA), Ana Karine Pimentel, destacou que a urbanização ofende a laguna por meio de características de modificação baseada em atividades sociais, econômicas, desenvolvidas dentro dela. “Temos moradias, lançamento de drenagem, agricultura, indústrias, cultivos diversos de piscicultura, catadores, pescadores, todos esses cenários influenciam na qualidade da água”, disse ela. “É importante pensar na laguna como um ambiente que recebe ações climáticas, humanas, que ocorrem ao seu redor” - completou.

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