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Ex-prefeito vai a j�ri popular por morte

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LUIZA BARREIROS Repórter O juiz da comarca São José da Tapera, Pedro Ivens Simões de França, pronunciou ontem o ex-prefeito do município de Senador Rui Palmeira, Mário César Vieira, como autor intelectual do assassinato do estudante Wilson Moura, filho do atual prefeito do município, Siloé Moura (PSB). O comerciário José Romildo Ferreira, que confessou ter sido o autor dos disparos que mataram Wilson Moura, também foi pronunciado e deverá ser submetido a júri popular junto com Mário César. Em sua sentença, o juiz Pedro Ivens pronunciou José Romildo por homicídio duplamente qualificado: por ter cometido o crime recebendo recompensa (R$ 3 mil, segundo ele próprio confessou) e por ter agido de surpresa, sem possibilitar que a vítima se defendesse. Mário César Vieira foi pronunciado por autoria intelectual do crime, porque logo após ter sido preso, José Romildo disse que havia sido contratado por ele. Romildo modificou seu depoimento – disse que agiu por conta própria, após ter participado de uma bebedeira –, mas o Ministério Público manteve a denúncia contra ele, já que havia indícios de participação: ele fugiu da cidade logo após o assassinato e uma testemunha disse ter ouvido dele que “as coisas na cidade só iriam melhorar quando fossem mortos uns 40 cabras de peia”. Quarenta era o número do candidato Siloé Moura. Da decisão do juiz Pedro Ivens, os advogados dos dois reús ainda poderão recorrer ao Tribunal de Justiça. Se o TJ mantiver a pronúncia, o magistrado marcará a data do júri. COMO FOI O crime aconteceu no dia 22 de dezembro de 2004, no centro da cidade de Senador Rui Palmeira. Wilson Moura foi coordenador da campanha política do pai, que venceu seu adversário, Ronivo Vaz, apoiado pelo então prefeito Mário César Vieira, com uma diferença de 1.253 votos. O colégio eleitoral de Senador Rui Palmeira não chega a 4.500 pessoas. Siloé Moura tentou se eleger durante mais de 20 anos e quando finalmente conseguiu ser eleito teve o filho assassinado. Na ocasião, ele declarou que se soubesse que teria de pagar “um preço tão alto” pela sua vitória, abriria mão de seu sonho. O autor material do crime, José Romildo, foi preso no dia seguinte, em Inhapi, num acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). No dia 7 de janeiro, o ex-prefeito Mário César foi preso. Ele foi libertado no último dia 11, por um habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça. Na sentença de pronúncia, o juiz Pedro Ivens não decretou nova prisão e ele aguardará julgamento em liberdade. Uma carta anônima apontou o candidato derrotado Ronivo Vaz como outro envolvido no crime. Segundo o documento, ele teria conseguido o revólver calibre 38, usado para matar Wilson. A denúncia contra ele foi aditada posteriormente e o processo ainda terá prosseguimento em relação a ele.

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