Pol�tica econ�mica de FHC � desastrosa, diz Valadares
Brasília O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), numa homenagem prestada ontem aos trabalhadores pelo 1º de maio, disse, da tribuna do Plenário, que a política econômica do presidente Fernando Henrique Cardoso é desastrosa para o Brasil, resul
Por | Edição do dia 03/05/2002 - Matéria atualizada em 03/05/2002 às 00h00
Brasília O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), numa homenagem prestada ontem aos trabalhadores pelo 1º de maio, disse, da tribuna do Plenário, que a política econômica do presidente Fernando Henrique Cardoso é desastrosa para o Brasil, resultando na escalada do desemprego e em grande atraso para o país. Quando Fernando Henrique Cardoso assumiu a presidência da República, comentou, o Brasil era a 8ª economia do mundo e a 1ª da América Latina. Hoje, ao final de dois períodos administrativos, Fernando Henrique vai sair do governo deixando o Brasil como a 10ª economia do mundo e a 2ª da América Latina, sendo a primeira posição ocupada pelo México. Valadares registrou que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que era de US$ 543 bilhões em 1994 e que atingiu US$ 887 bilhões em 1997, chegou em 2001 a US$ 519 bilhões. Já a renda per capita do Brasil, que era de US$ 3.569 dólares em 1994, atingiu US$ 5.057 dólares em 1997 e caiu para US$ 3.022 dólares em 2001. Nesse mesmo período, continuou o senador, a dívida externa saltou de US$ 148,3 bilhões em 1994 para US$ 240 bilhões em 2001, enquanto a dívida pública interna passou, no mesmo período, de R$ 62 bilhões para R$ 604 bilhões, quase que decuplicando. Os militares, acrescentou Valadares, também endividaram em muito o Brasil, na década de 70. Mas pelo menos, naquela ocasião, a economia duplicou, o país construiu uma grande infra-estrutura energética e de transportes e o maior parque industrial do Terceiro Mundo. Já o endividamento do Plano Real não construiu nada. Ao contrário, sucateou os serviços públicos, jogou o Brasil no racionamento de energia e paralisou nosso crescimento, assinala. Valadares disse, ainda, que nas 10 regiões metropolitanas do país, o desemprego atingiu 824 mil trabalhadores no segundo semestre de 1994, número este que saltou para 1,253 milhão no 1º semestre deste ano. Lembrou, também, que em 1994 o trabalhador levava 16 semanas para conseguir um novo emprego, período que saltou para 32 semanas ao final de 2001. Disse, ainda, que o número de indigentes no país passou de 47,2 milhões em 1994 para 54,5 milhões em 1999. Todo esse quadro, para Valadares, causa grande apreensão à classe trabalhadora brasileira, que ocupa hoje, segundo ele, posição de destaque no mundo, tanto no aspecto sindical como na projeção político-partidária.