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Lessa defende puni��o para prefeitos

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ODILON RIOS Repórter O governador Ronaldo Lessa (PDT) disse ontem que não vai subir, em 2006, no palanque de prefeitos que estejam envolvidos na Operação Gabiru, desencadeada pela Polícia Federal para desbaratar um suposto esquema de fraude em licitação de merenda escolar. “O que ficar provado que eles não agiram correto, eles não estarão comigo. Estarão comigo aqueles que ficar provada a sua inocência”, disse Lessa em entrevista coletiva, no Palácio Floriano Peixoto, no final da manhã. O recado foi para quatro prefeitos que estão presos na sede da Polícia Federal (PF), em Jaraguá, acusados no esquema: Neiwton Silva (PDT - Igreja Nova), Carlos Eurico Leão de Lima (PSB - Porto Calvo), José Hermes (PDT - Canapi) e Fábio Apóstolo de Lira (PDT - Feira Grande). “O aliado meu que tiver culpa no cartório, paciência doutor. Ele sabe que não é a nossa conduta, a nossa orientação. Está no caminho errado e precisa pagar”, acrescentou o governador parabenizando o governo federal pela Operação Gabiru. “Isso pode ser a marca do governo Lula, acabar com a impunidade”, resumiu. “Não podemos fazer a utilização inadequada do dinheiro público. Tem todo o meu apoio [a operação]. Quero que isso, inclusive, se estenda. Quero essa operação sendo vista em outros estados. Pelas conversas que tive com outros governadores, eles suspeitam de má-utilização [do dinheiro público] em seus estados”, comentou Lessa, completando: “Vamos passar esse país a limpo e efetivamente colocar os ladrões na cadeia”. O governador reclamou da “forma de prisão” dos prefeitos e ex-prefeitos e, ao falar sobre os 58 carimbos que foram apreendidos com os acusados pela Gabiru, disse: “Se encontrar na casa de um prefeito um carimbo falso, esse prefeito não tem muito o que defender, ela terá a defesa do advogado, mas a gente já sabe que ele está envolvido até o pescoço”. Sobre as armas que estavam em poder dos prefeitos Cícero Cavalcante (PMDB - Matriz do Camaragibe) e Danilo Dâmaso (PMDB - Marechal Deodoro) e sobre os dólares, euros e esmeraldas apreendidas, Lessa avaliou que não tinha visto as imagens. O governador viajou a Portugal dois dias após a deflagração da Operação Gabiru e retornou na última quarta-feira. “Agora, eu acho que o prefeito que foi encontrado com arma, com isso ou aquilo outro, esse podia algemar. O que me causou espanto foram todos terem sido algemados”. ### Merenda: Lessa declara confiança em Quintella O governador Ronaldo Lessa não se posicionou sobre a distribuição de merenda escolar pela empresa Torres e Queiroz Ltda (também conhecida como Suevit, de propriedade do empresário e ex-prefeito Rafael Torres, acusado em um esquema de fraude de licitação para desvio de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) para a Secretaria Estadual de Educação (SEE). “Todo o problema que for, como é que você vai poder fazer, se o cara tiver a concorrência? Até que se prove que há um vínculo da secretaria com ele. Fora disso ele pode ganhar, como deve ter ganho em outros cantos”, avaliou. A Suevit ganhou a concorrência pública, aberta ano passado, para a distribuição de mistura de risoto de carne bovina com legumes, vitaminas, ferro e zinco e ovos tipo grande. Na modalidade de concorrência para aquisição de alimentos para a merenda escolar, qualquer empresa pode participar, segundo a Secretaria de Educação, desde que esteja registrada na Secretaria da Fazenda (Sefaz). Perguntado, duas vezes, se a secretaria deveria quebrar o contrato com a empresa, Lessa disse: “O secretário me comunicou que levou às autoridades o contrato e aí vai seguir a orientação que for dada. Pode ficar certo que o Mauricio fará”. Questionado outra vez se a quebra do contrato seria efetivada, mais uma vez Lessa evitou se posicionar: “O Mauricio vai tomar todas as medidas que são necessárias, todas, todas”. Nesta semana, o secretário Maurício Quintella utilizou um argumento semelhante ao do governador. Ele chegou a dizer que a secretaria foi vítima no processo licitatório. Mesmo assim, o contrato com a Torres e Queiroz não foi rompido. O caso foi entregue ao Tribunal de Contas da União (TCU), por determinação do secretário, mesmo com a existência de um setor jurídico na SEE. Quando a Gazeta revelou, há uma semana, que a empresa do ex-prefeito Rafael Torres distribuía merenda escolar para as mais de 400 escolas mantidas pelo Estado, Quintella determinou uma varredura no contrato da empresa. Após a varredura, o secretário disse que não foram identificadas irregularidades na contratação. Mesmo assim, ele disse que faria uma consulta ao TCU antes de definir se quebra ou não o contrato. O secretário diz que, por enquanto, a empresa de Rafael Torres atende “interesse público”. |OR ### Governador afaga Rebelo, Thomaz Nonô e João Lyra A idéia de apoiar o ministro da Articulação Política, Aldo Rebelo para o governo estadual, em 2006, não encontra resistências por parte do governador Ronaldo Lessa. “Não deixa de ser um nome a ser pensado. Agora, não é uma coisa fácil”, disse Lessa, acrescentando que o ministro, apesar de alagoano, tem carreira política fora do Estado. Aldo é deputado federal por São Paulo, pelo PCdoB. O governador admitiu que o nome de Aldo foi ventilado no gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em tom de “brincadeira” durante uma reunião ocorrida na semana passada. Segundo Lessa, na ocasião, alguém teria dito que Renan quando conversa dá a entender que não quer ser mais candidato a governador de Alagoas. “Eu não disse isso, mas de vez em quando existe essa idéia aqui em Alagoas. Eu fiquei calado. O Aldo estava ao telefone e quando ouviu alguém dizer que o Renan estava em dúvida, disse que se ele desistisse, seria o candidato. Brincando, todo mundo riu e ficou nisso”, descreveu Lessa. Perguntado sobre o nome que apoiava ao governo estadual, Lessa disse que era o do presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB). Em tom de brincadeira, Lessa chegou a sugerir “amizade” com um velho rival político, seu primo, o vice-presidente da Câmara dos Deputados, José Thomaz Nonô (PFL). “Se o Nonô quisesse eu manteria uma boa relação de amizade com ele porque eu não consigo apagar a infância nossa, jogando pingue-pongue”, lembrou o governador, completando: “O pai dele foi meu padrinho”. Nonô é virtual candidato ao Senado em 2006, cargo pleiteado pelo governador. Lessa ainda se referiu amigavelmente ao deputado federal João Lyra (PTB), que também rivaliza com o grupo do governador para a sucessão estadual em 2006, avaliando ainda que o Palácio “não se preocupa” com a aproximação de Lyra com o PMDB e seu possível ingresso no partido de Calheiros. “A gente trata as coisas com civilidade e ele não tem boicotado o governo”, afagou. |OR

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