Política
TC adia julgamento de contas de Matriz

ODILON RIOS Repórter O Tribunal de Contas do Estado (TC-AL) adiou para a próxima terça-feira o julgamento das contas do ex-prefeito de Matriz de Camaragibe, Cícero Cavalcante (PMDB), hoje prefeito de São Luiz do Quitunde, referente ao exercício financeiro de 2003. Segundo informação da assessoria de comunicação do TCE, o relator do processo, conselheiro José Alfredo de Mendonça, optou por julgá-las com a presença de todos os conselheiros. As contas deveriam ter sido colocadas em plenário ontem, mas dois conselheiros não compareceram: Luiz Eustáquio, que estava em São Paulo, e Roberto Torres, que não justificou sua falta. Segundo apurou a Gazeta, o relator do processo poderia ter sido submetido a julgamento, mas o relator pediu a presença de todos no plenário porque, segundo alguns conselheiros, as contas seriam polêmicas, além de pertencentes a um prefeito que está preso na carceragem da PF alagoana. De acordo com informações, a papelada estaria registrando irregularidades, algumas graves, segundo técnicos. Entre os supostos problemas encontrados, estariam alguns cheques sem fundos, gasto excessivo de combustível, problemas com notas fiscais (consideradas suspeitas pelos técnicos e encaminhadas à Secretaria Estadual da Fazenda), em licitações e transferência supostamente ilegal de dinheiro para o time da cidade de Matriz do Camaragibe, Bom Jesus, do qual Cícero Cavalcante é um dos torcedores mais fanáticos. As supostas irregularidades teriam sido encontradas ano passado e o prefeito recebeu um prazo para que fizesse a sua defesa. Porém, funcionários do TC dizem que as chances de defesa de Cícero Cavalcant seriam mínimas, isso porque, aparentemente, não haveria justificativa para os cheques sem fundos e os gastos, considerados excessivos, de combustível. Ano passado, o corregedor do TC, conselheiro Otávio Lessa, pediu o comparecimento de Cavalcante na sede do tribunal, para prestar esclarecimentos sobre acusações que teriam sido feitas, durante a campanha eleitoral, contra membros do tribunal, em discurso em São Luiz do Quitunde. Nervoso, Cavalcante chorou em plenário e foi consolado por conselheiros. O gesto acabou irritando técnicos do tribunal, responsáveis pelo levantamento das contas.