Política
Deputado quer acusados em pres�dio

ODILON RIOS Repórter Dezesseis dias após estourada a Operaçao Gabiru, dois deputados estaduais usaram a tribuna da Assembléia Legislativa ontem para falar sobre o assunto. O primeiro foi Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT), que deu sua opinião sobre a possibilidade de transferência dos acusados de desvio de recursos da merenda escolar, presos na carceragem da Polícia Federal (PF), para a Academia da Polícia Militar, no Trapiche da Barra. Eles devem ir para o Baldomero [presídio de segurança máxima do Estado], defendeu o deputado. Entre os presos estão prefeitos, ex-prefeitos, secretários municipais e outros acusados de participar de um suposto esquema que fraudava licitações para aquisição da merenda escolar, por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Paulão disse ainda que a intenção da transferência para a Academia Militar tinha o interesse de evitar que os parentes dos acusados fossem expostos à aparição pública, como ocorre na sede da PF. O deputado ainda disse que um dos acusados é cunhado de um coronel da PM, por isso estaria existindo, segundo ele, interesse na transferência. A Gazeta apurou que o coronel é Jorge Coutinho, que tem o nome constantemente ventilado nos corredores da PM alagoana como um dos candidatos a ser o próximo comandante-geral da Corporação. O cunhado é assessor parlamentar do deputado estadual Cícero Amélio (PMN), Thiago Rogério Firmino de Menezes, que foi indiciado na terça-feira por crime de falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Apesar de pertencer à bancada governista, o deputado questionou o não-comparecimento do secretário de Educação, Maurício Quintella, na terça-feira, na sede da PF. O secretário, que é deputado federal licenciado, alegou foro privilegiado. Eu estranho o deputado não ter comparecido à Polícia Federal. Se eu fosse convocado, eu iria, alfinetou. O discurso do deputado foi acompanhado, em silêncio, pelo líder do governo, deputado Sérgio Toledo (PSB). Também ontem, por meio de sua assessoria, o secretário de Educação do município, Regis Cavalcante, ex-deputado federal, desfiou seu rosário de críticas à Quintella por não atender ao convite da PF e defendeu até o afastamento do secretário, para que fossem feitas investigações. Ovos de ouro Respondendo pela presidência da Assembléia Legislativa, o deputado Gilberto Gonçalves (PMN) disse na sessão de ontem que o empresário e ex-prefeito de Rio Largo, Rafael Torres, considerado o líder da quadrilha que fraudava licitações, segundo a PF, superfaturava o preço de ovos que eram vendidos para a merenda escolar e afirmou que entrega hoje ao procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, um dossiê sobre o caso, quando o procurador visita Alagoas.