Política
Oposi��o cobra explica��o de Palocci

FOLHA ONLINE Brasília A oposição cobrou ontem do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, explicações sobre a liberação de recursos orçamentários para o pagamento de emendas parlamentares para uma suposta operação abafa da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista dos Correios. De acordo com matéria publica ontem na Folha de S.Paulo, o Executivo gastaria R$ 400 milhões em liberação de emendas para garantir, no dia 15 de junho, o arquivamento da CPI. O senador José Jorge (PFL-PE) apresentou requerimento para que Palocci vá ao Senado explicar o suposto uso de recurso público com a finalidade política de engavetar as investigações sobre o caso de corrupção nos Correios. Isso é um absurdo nunca visto antes no Brasil, inclusive de forma explícita como está aqui. Estou convocando Palocci para ser sabatinado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, afirmou José Jorge. Na próxima semana, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) deve apresentar um novo requerimento de convite a Palocci para saber a destinação dos recursos liberados à suposta operação abafa. O líder do PSDB na Casa, Arthur Virgílio (AM), disse que é temerário para o governo usar o ministro da Fazenda para negociações políticas como o arquivamento da CPI. É uma insensatez brutal pegar a última figura de credibilidade do governo Lula para a operação abafa, argumentou. O Palocci deveria se afastar da negociação sob pena de prejudicar sua administração e a economia brasileira, disse. O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), defendeu o governo e a liberação dos recursos, previstos no orçamento. [O governo] Não está fazendo favor nenhum em liberar [as emendas]. É obrigação do governo com Estados, municípios e parlamentares, afirmou. Severino disse que o objetivo do pagamento de emendas neste período não é facilitar a operação para abafar a CPI. Não é exatamente isso, disse. Errar é humano. E se erraram antes ao não liberar as emendas, atualmente, com o superávit primário - equivalente a 7,26% do PIB neste ano, acima da meta de 4,25%- o Ministério da Fazenda pode fazer o pagamento do que está devendo aos municípios e aos Estados, disse.